Desde o começo da tarde desta quinta-feira (7), Luis Suárez integra mais um clã futebolístico. Durante sua vitoriosa carreira, o uruguaio ingressou em seletos grupos, como o de grandes artilheiros, jogadores multicampeões e de atletas que disputaram quatro Copas do Mundo. Agora, ele se junta a nomes como de Zico, Falcão, Taffarel, Júnior, Romário, Kaká, Adriano Imperador e Ronaldinho Gaúcho. Todos eleitos como melhor jogador do Brasileirão ao vencerem a Bola de Ouro. 

Outro gremista, o paraguaio Villasanti, conquistou a Bola de Prata por ter entrado na seleção desta edição. A premiação é promovida pelos canais ESPN.

No palco dos Estúdio Quanta, em São Paulo, Suárez recebeu o troféu das mãos do ex-zagueiro Lugano, seu ex-companheiro de seleção uruguaia em 65 partidas. Ainda no palco, Suárez, emocionado, disse:

— O prêmio é do time, do pessoal que trabalha no CT. É difícil para um jogador de quase 37 anos, no ano que mais joguei na minha carreira, foi o ano que mais fiquei longe da minha mulher e dos meus filhos. Esse trabalho e sacrifício foi para eles e teve sua recompensa. Obrigado a todos.

Não é preciso pensar muito para entender as razões das escolhas. Apenas na quarta-feira (6), ele marcou dois gols icônicos. Ainda tiveram outros golaços e lances menos plásticos, mas de suma importância para o vice-campeonato gremista. Luisito foi responsável direto por 28 (17 gols e 11 assistências) dos 63 gols marcados pelo Grêmio na campanha.

Seus principais concorrentes eram os atleticanos Paulinho e Hulk. Os últimos formam com Suárez a dupla de ataque da Bola de Prata, premiação conjunta que elege a seleção do Brasileirão desde 1970, quando foi disputada a última edição do torneio Roberto Gomes Pedrosa. A formação da equipe ideal é feita através de média das notas recebidas por cada jogador ao longo dos 380 jogos do Brasileirão — a avaliação é composta pela nota de um jornalista e outra dada por um algoritmo que leva em conta as estatísticas das partidas.

O camisa 9 é o quarto atleta do clube a receber a Bola Criada, criada em 1973 pela Revista Placar, dois anos depois da premiação ser iniciada. Seu conterrâneo Ancheta foi eleito no ano inaugural ao lado do goleiro santista Agustín Cejas. Depois, em 1981, ano do primeiro título tricolor no Brasileirão, o meia Paulo Isidoro foi o vencedor. 

O último jogador gremista a ser eleito o craque de uma edição havia sido Lucas Leiva, em 2006, temporada que, assim como a de 2023, marcou o retorno do Grêmio à Série A do Brasileirão.

Com Villasanti e Suárez, o Grêmio soma agora 37 jogadores que venceram a Bola de Prata — Suárez recebe os dois troféus.

O técnico Renato Portaluppi concorreu com Pedro Caixinha, do Bragantino, e Abel Ferreira, do Palmeiras, como melhor técnico. O prêmio ficou com o palmeirense pelo segundo ano seguido.

O dia ainda deve reservar mais prêmios para Suárez. Ainda nesta quinta, o jogador participará da premiação do Troféu Mesa Redonda, concedido pela TV Gazeta, também sediada em São Paulo. Esses são os dois últimos eventos oficiais de Suárez como jogador do Grêmio. Nos próximos dias, deve ser anunciada a sua contratação pelo Inter Miami, onde reencontrará Messi, seu parceiro nos tempos de Barcelona. Na manhã desta sexta-feira (8), a direção gremista programou a despedida do atacante convocando os torcedores a irem ao Aeroporto Salgado Filho se despedir do uruguaio a partir das 7h.

A seleção dos melhores do Brasileirão pela Bola de Prata

Feminino
Goleira: Luciana (Ferroviária)
Zagueiras: Day Silva (Ferroviária) e Luana (Ferroviária)
Laterais: Kati (Corinthians) e Yasmin (Corinthians)
Volantes: Brena (Santos) e Luana Berolucci (Corinthians)
Meias: Duda Sampaio (Corinthians) e Vic Albuquerque (Corinthians)
Atacantes: Aline Gomes (Ferroviária) e Jheniffer (Corinthians)
Treinador do futebol feminino: Arthur Elias (Corinthians)
Bola de Ouro: Aline Gomes (Ferroviária)
Artilheira: Amanda Gutierres (Palmeiras)
Gol mais bonito: Vanessinha (Cruzeiro) contra o São Paulo, no Estádio Marcelo Portugal
Revelação: Aline Gomes (Ferroviária)