Mas o que acontece quando esses sintomas desagradáveis duram não apenas semanas, mas meses? E o que acontece quando esses sintomas persistentes fazem seu corpo entrar em parafuso - causando efeitos colaterais sérios e que podem até mesmo ser fatais?
Estima-se que entre 50% e 80% dos pacientes com Covid-19 ainda estão lutando com sintomas persistentes três ou mais meses após o início dos sintomas da doença. É o que o mundo tem chamado de Síndrome pós Covid-19, os americanos apelidaram de “Long Haulers” e eu carinhosamente apelidei de “Rabo da COVID”.
Sintomas persistentes da Covid-19
Mas doutor Fábio, quais são exatamente esses sintomas persistentes que os pacientes pós Covid-19 estão experimentando? Vamos lá:
Fadiga persistente
Falta de ar
Aperto no peito
Tosse
Dores no corpo
Dor nas articulações
Perda do sentido do paladar e do olfato
Dificuldade em dormir
Dores de cabeça
Confusão mental
Perda de cabelos.
Efeitos colaterais da síndrome pós-Covid
Esses sintomas citado acima, incômodos por si só, podem ser debilitantes e prejudicar significativamente a qualidade de vida de uma pessoa, mas por vezes esses efeitos prolongados podem ser fatais. Alguns portadores de síndrome de longa distância podem ter condições como:
Dano cardíaco - resultando em insuficiência cardíaca, coronária e outras complicações
Lesões pulmonares - cicatrizes no tecido pulmonar e problemas respiratórios de longo prazo
Lesões no cérebro - como síndrome de Guillain-Barré, convulsões e derrames
Piora em condições neurológicas - como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer
Alteração da coagulação do sangue - esses pequenos coágulos podem bloquear a circulação de órgãos vitais como rins e fígado e causar danos aos tecidos
Enfraquecimento dos vasos sanguíneos - resultando em vazamento de sangue e subsequente dano aos tecidos e órgãos
Acreditamos que a base para essa COVID de longa duração seja a disfunção imunológica que foi criada e o esgotamento mitocondrial (lembrando que as mitocôndrias são o centro de formação de energia de nosso corpo).
Como tratar a síndrome pós-Covid
E então como podemos resolver isso? Tratar isso, meus amigos, requer uma abordagem funcional e multifacetada do organismo, incluindo os seguintes fatores:
Reparo intestinal
Seu intestino e seu sistema imunológico estão intimamente ligados - e um desequilíbrio em um inegavelmente leva a uma disfunção no outro. Portanto, restaurar a saúde do intestino é crucial para trazer o sistema imunológico de volta ao equilíbrio. Para fazer isso, fazemos uma abordagem 5R que envolve desde retirada de produtos tóxicos, restauração da flora a reequilíbrio mente e corpo.
Detoxificação Hepática
A detoxificação é um componente fundamental para manter o bom funcionamento do sistema imunológico. E seu fígado é sua potência de detoxificação/desintoxicação. Aumentar a capacidade do fígado de processar e eliminar toxinas com eficácia é um componente crítico para lidar com os sintomas que o “Rabo da COVID” produz. Aqui recomendamos:
Dieta antiinflamatória
Limitar a ingestão de álcool
Beber muita água
Minimizar exposição a toxinas
Tomar suplementos de apoio ao fígado, como N- Acetilcisteína (sob supervisão médica).
Ativação mitocondrial:
Trazer suas mitocôndrias de volta ao funcionamento basal (de preferência ÓTIMO) é fundamental para lidar com os sintomas da Síndrome pós-Covid-19. Para proteger e reforçar sua produção de energia biológica, recomendo a implementação de alguns ajustes de estilo de vida específicos, como:
Dieta antiinflamatória e balanceada
Sono adequado, acompanhado de técnicas de relaxamento
Minimizar as cargas tóxicas que entra em contato
Nutrientes que ativem suas mitocôndrias, como algumas vitaminas B, magnésio e principalmente a coenzima Q10. Tenho estudado um grupo de pacientes com esse último nutriente em um fórmula bioquímica que oferece maior concentração do produto com melhora inicial importante dos sintomas.
Suporte imunológico
Seu sistema imunológico foi “ferido” após a infecção viral e ,por isso, requer restauração. Conforme suas células se replicam, elas são essencialmente codificadas com memórias da infecção viral e “transmitem” a mensagem da inflamação. Portanto , é crucial nos livrarmos dessas células velhas danificadas e substituí-las por novas células que não guardam essas "memórias ruins".
Para isso, precisamos aprimorar um processo conhecido como autofagia, que estimula a reciclagem celular e promove a proliferação de novas células saudáveis. Algumas maneiras de melhorar a autofagia incluem:
Nutrientes imunoestimulantes, como vitamina D e zinco
Fitoquímicos (produtos derivados de plantas) que aumentam os mecanismos autofágicos, como quercetina, luteolina (elas inclusive agem sobre a liberação de histamina que parece ter papel fundamental nesse adoecimento)
Jejum intermitente sob supervisão médica e nutricional também podem auxiliar
Se você contraiu coronavírus e está lutando contra os efeitos residuais dessa infecção, não deixe de lado essa visão 360 graus que propiciamos através da visão da Medicina Integrativa, Funcional e do Estilo de vida.
Embora a visão convencional da medicina tenha um lugar inegavelmente importante na área da saúde, o modelo médico convencional simplesmente ignora essa abordagem nutricional preventiva e terapêutica que faz tanta diferença na restauração desse e tantos outros quadros.
Sem abordar a causa raiz dos problemas, os efeitos persistentes de uma infecção como essa podem se transformar em sintomas que alteram sua qualidade de vida e até mesmo ameacem sua integridade. Portanto, tente buscar a orientação de um médico que avalie e cuide da raiz do seu problema e não apenas dos seu sintomas. Isso é fundamental para iniciar o processo de cura e reversão do seu quadro.
Fonte: Carol Bandeira/DC
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