Setor de serviços engata terceira queda consecutiva em outubro.

Variação negativa elimina ganhos obtidos entre maio e julho, mas mantém o setor responsável por 70% do PIB, em patamar 10,2% acima do nível pré-pandemia, mostra IBGE.

Setor de serviços engata terceira queda consecutiva em outubro.

Depois de recuar no fechamento do terceiro trimestre, o volume de serviços prestados no Brasil retrocedeu 0,6% em outubro, a terceira baixa mensal seguida, segundo dados apresentados nesta quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com a variação, o setor responsável por 70% de tudo aquilo que é produzido no Brasil figura 10,2% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 3,2% abaixo do ponto mais alto da série histórica da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), alcançado em dezembro do ano passado.

Com a sequência de quedas, o volume de serviços prestados no Brasil acumula perda de 2,3% no período, eliminando o ganho similar observado entre os meses de maio e julho, quando a atividade engatou uma sequência de altas.

O resultado negativo de outubro contou com a queda de duas das cinco atividades pesquisadas: transportes (-2%), setor com maior impacto sobre o resultado geral do índice, e serviços prestados às famílias (-2,1%).
O recuo dos transportes manteve ritmo de queda no setor, que acumula perda de 4,3% no período de agosto a outubro. O volume do ramo de cargas apresentou retração de 2,3%, enquanto o de passageiros registrou alta de 0,7%, na comparação com o mês anterior.

Luiz Almeida, analista responsável pela pesquisa, explica que a terceira queda seguida do segmento de transportes foi muito influenciada pela baixa no transporte de cargas, principalmente no transporte rodoviário de cargas. 

"Isso está ligado à expectativa menor da próxima safra, o que faz com que o transporte de insumos e a preparação da próxima safra sejam menores, assim como o fim das colheitas recorde significa que o setor está passando por um ajuste", afirma ele. 

"A produção industrial também vem demonstrando menor dinamismo, com uma queda nos bens de consumo e bens de capital, que impactam também o setor de transporte de cargas”, completa Almeida.

No caso dos serviços prestados às famílias, a queda elimina quase todo o ganho observado em setembro (2,5%). "Esse resultado está ligado principalmente aos serviços de artes cênicas, espetáculos e eventos esportivos", diz o pesquisador. 

Para Almeida, a retração já era esperada devido ao avanço da atividade em setembro, quando o setor colheu os frutos de um grande festival de música realizado em São Paulo (SP). "Portanto, não houve a continuidade desses ganhos, o que explica a queda do setor, sendo um retorno ao patamar anterior", ressalta.

Em alta

Na contramão do desempenho negativo do setor, os serviços profissionais, administrativos e complementares apresentaram avanço de 1%, recuperando quase toda a retração apresentada em setembro.

Almeida ressalta que esse resultado confirma uma tendência observada nos últimos meses de um comportamento ainda sem definição no setor, com quedas e aumentos em torno do mesmo patamar.

Completaram os resultados das atividades em outubro os serviços de informação e comunicação (+0,3%), com ligeiro acréscimo após três resultados negativos seguidos. O ramo de outros serviços apresentou estabilidade depois de recuar 2% entre agosto e setembro.
 
R7
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