Seis pacientes transplantados receberam órgãos contaminados com HIV e foram infectados no RJ

Número de pessoas infectadas pode chegar a 600; caso é inédito na história dos transplantes no Brasil

Seis pacientes transplantados receberam órgãos contaminados com HIV e foram infectados no RJ

Seis pacientes que foram transplantados no Rio de Janeiro testaram positivo para HIV após receberem órgãos contaminados com o vírus. O caso é inédito na história dos transplantes no Brasil.

A notícia foi divulgada pela BandNews FM nesta sexta-feira (11) e confirmada pelo SBT News com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

"Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas", disse a SES-RJ.

O caso foi descoberto após um paciente, que recebeu um coração, começar a passar mal cerca de 9 meses após o transplante. Após uma série de exames, ele testou positivo para HIV. A notificação foi feita no dia 10 de setembro.

A Secretaria Estadual de Saúde descobriu, então, que pelo menos dois doadores eram soropositivos, mas o exame feito pelo PCS Lab – empresa privada que presta serviços para a SES-RJ – não detectou o vírus e liberou os órgãos para os transplantes.

Até o momento, seis pacientes transplantados foram diagnosticados com HIV. Segundo a BandNews, o número de pessoas infectadas pode chegar a 600. Outros 288 doadores estão sendo testados pelo Hemorio, o hemocentro do Rio de Janeiro.

O PCS Lab foi contratado pelo governo do estado em dezembro de 2023, em um processo de licitação de R$ 11 milhões. Segundo a SES, o serviço foi suspenso após a descoberta dos pacientes infectados e, com isso, os exames para transplantes passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A pasta informou, ainda, que está "realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório".

Leia nota da SES-RJ na íntegra:

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.

 

SBTNEWS
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