Secretários Estaduais de Saúde pedem toque de recolher no Brasil.

Carta sinaliza necessidade de medidas duras para conter a pandemia.

Secretários Estaduais de Saúde pedem toque de recolher no Brasil.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), órgão que reúne todos os gestores estaduais da Saúde no Brasil, divulgou nesta segunda-feira (1º) uma carta aberta em que cobra por medidas duras e imediatas para conter o avanço da pandemia do coronavírus no Brasil e "evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde".

A carta sugere que as regiões do Brasil com ocupação de UTIs acima de 85% - caso de Santa Catarina, que está acima de 90% - adotem restrições de nível máximo. O texto cita medidas como a proibição de eventos como shows, congressos, missas e atividades esportivas, a suspensão das atividades presenciais na rede de ensino, toque de recolher nacional das 20h às 6h e durante os finais de semana, fechamento de praias e bares, criação de barreiras sanitárias em aeroportos e rodovias e ampliação de testagem e isolamento de casos suspeitos.

O texto assinado pelo presidente do Conass, o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, cita "a ausência de uma condução nacional unificada e coerente" da pandemia no Brasil.

"O relaxamento das medidas de proteção e a circulação de novas cepas do vírus propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial. O recrudescimento da epidemia em diversos estados leva ao colapso de suas redes assistenciais públicas e privadas e ao risco iminente de se propagar a todas as regiões do Brasil. Infelizmente, a baixa cobertura vacinal e a lentidão na oferta de vacinas ainda não permitem que esse quadro possa ser revertido em curto prazo", diz a carta.

Além das medidas de isolamento em nível nacional, os secretários de Saúde cobram do governo federal a viabilização de recursos emergenciais para o SUS, com aporte dos fundos municipais e estaduais. Pedindo também o apoio do Congresso Nacional, o conselho destaca que é necessário um "Pacto Nacional pela Vida" para que as medidas sejam executadas por estados e municípios no país inteiro.

A divulgação da carta ocorre em um momento em que governadores e secretários de Saúde têm pedido ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, uma medida única para o país para frear o avanço da Covid-19.

A resposta, porém, tem sido negativa, segundo mostrou o jornal Folha de S.Paulo nesta segunda (1º). Na última quinta (25), o ministro chamou secretários de saúde para um pronunciamento sobre o agravamento da epidemia. No encontro, Pazuello chegou a citar três medidas prioritárias para lidar com a crise -como reforço ao atendimento imediato a pacientes com sintomas, aumento de leitos de UTI e reforço na vacinação-, mas evitou citar medidas simples e recomendadas por especialistas, como evitar aglomerações. O apelo coube aos gestores de saúde.
 
 
 
Fonte: DC
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