A seca atinge 16 estações hidrológicas de Santa Catarina, cujos índices de água estão em situação de alerta ou emergência para estiagem. Conforme o mapa do Monitor de Secas divulgado nesta segunda-feira (20), a situação na região Oeste é a mais grave.
“Estamos com problema de falta de chuva bem distribuída. Isso pode afetar as plantações, principalmente as de milho, que têm previsão de quebra de safra por causa dessa falta de chuva no Extremo-Oeste”, diz.
Em situação de emergência estão estações nos municípios de Mondaí, Romelândia, Alfredo Wagner, Chapadão do Lageado, São João Batista, São Martinho, Coronel Freitas, Pinhalzinho, Saudades, Joaçaba, Tangará, Concórdia e Itapiranga.
“Em setembro e outubro choveu até mais do que o esperado, mas agora não. Mesmo que venha a chover mais, como é o esperado para a segunda quinzena de janeiro, não tem como recuperar o passado, como viemos com a estiagem desde 2019”, reforça o pesquisador.
Assim, o que varia é a intensidade dos impactos. Enquanto no Oeste a seca se mantém em níveis graves e extremos, no Centro do Estado a estiagem é classificada como moderada e no Litoral Sul como fraca. Já regiões da Grande Florianópolis, parte do Vale do Itajaí e o Litoral Norte ficaram de fora da área de seca.
O que explica a seca em SC
Segundo o meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins, as chuvas mal distribuídas são um dos principais fatores que fazem do Oeste catarinense uma região mais sensível.
Além disso, há a seca meteorológica — quando não chove — e a seca hidrológica, que está relacionada à redução dos níveis médios de água em reservatórios superficiais e subterrâneos, o que tem acontecido nos últimos meses.
“Por exemplo, chove bastante em dois meses. Parte dela vai para a atmosfera, parte é absorvida pelo solo. Com isso, a água se infiltra nas partes mais fundas do solo e no lençol freático. Dessa forma, ficamos sem seca hidrológica, mas depois ficar sem chover por 15, 20 dias, o que caracteriza a seca meteorológica”, explica.
Assim, a mal distribuição de chuvas, como ocorre na região Oeste e Extremo-Oeste, faz com que a seca hidrológica se agrave. Em uma noite ou uma tarde pode chover 50 mm, por exemplo, e a precipitação nas áreas do Litoral pode chover o mesmo, mas ao longo de uma semana.
Nos últimos 15 dias, choveu de forma mais concentrada no Litoral, com 150 mm. Porém, nas demais regiões, choveu menos. Em Chapecó, no Oeste, por exemplo, foram registrados apenas 1,5 mm de precipitação.
O governo do Estado afirma que a população precisa se manter atenta ao consumo racional de água, especialmente com a previsão de chuvas abaixo da média histórica neste verão.
O diretor de Operações e Expansão da Casan, Pedro Joel Horstmann, diz que ações a curto e a longo prazo estão sendo executadas pela companhia para que não falte água no Estado. Em resumo, serão realizadas novas adutoras, captações e perfurações de poços.
“A curto prazo nós temos realizado a perfuração de poços artesianos e feito as captações de água emergenciais, para atender as regiões de Chapecó, Xaxim, Maravilha e São Miguel do Oeste”, explica o diretor.
Há risco de falta de água no Litoral?
A obra, cujo investimento é de R$ 11 milhões, irá atender, além da Capital, os municípios de Biguaçu, Santo Amaro, São José e Palhoça.
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