SC tenta evitar que mais de 8 mil alunos abandonem as escolas.
Grande maioria, são crianças e adolescentes sem condições de arcar com equipamentos adequados para a realização do ensino remoto, ou alunos que necessitam trabalhar.
O abandono escolar representou 0,2% dos alunos no Ensino Fundamental e 3,6% no Ensino Médio em Santa Catarina em 2020, conforme dados do Ministério da Educação. Os números incluem todo o ensino básico, incluindo as redes municipais, estadual, federal e privada.
Em 2021, segundo dados da SED (Secretaria de Estado da Educação), Santa Catarina tem 8 mil alunos fora das atividades escolares na rede estadual. A pasta, no entanto, não considera que esses 8 mil estudantes tenham largado os estudos. O entendimento é que estão apenas fora da escola, o que não significa que eles tenham desistido da educação.
As equipes buscam por esses jovens e acreditam que o grande período de aulas remotas por conta da pandemia da Covid-19 pode ter contribuído para o afastamento da comunidade escolar.
A grande maioria, são crianças e adolescentes sem condições de arcar com equipamentos adequados para a realização do ensino remoto, ou mesmo alunos que necessitam trabalhar para ajudar os pais em casa.
“A busca pelos alunos que abandonaram os bancos escolares têm sido uma ação permanente da SED, além do busca ativa, esse programa com diretores e gestores, que vão até a casa do aluno que não manteve contato com a unidade escolar e que vão até lá pessoalmente conversar com a família. Já conseguimos resgatar mais de 2 mil daqueles que estavam fora do ambiente escolar”, afirma o chefe da pasta, secretário Luiz Fernando Vampiro.
Número nacional
No estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar“, publicado em janeiro de 2021, a Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância) estima que aproximadamente 4,1 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos tiveram dificuldade de acesso ao ensino remoto em 2020.
Além disso, cerca de 1,3 milhão abandonou a escola. Os dados usados no relatório são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de outubro de 2020.
Uma pesquisa da DataFolha, também apresentada em janeiro, aponta que aproximadamente 4 milhões de estudantes brasileiros entre 6 e 34 anos deixaram as aulas em 2020, o que significa 8,4% de evasão escolar. Na educação básica, a taxa é ainda maior: 10,8% dos alunos largaram a escola em 2020, sendo 4,6% no ensino fundamental.
Para termos de comparação, em 2019 as taxas oficiais de evasão foram de 4,8% no ensino médio e 1,2% no fundamental.
Pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que os motivos para o abandono da escola variam. A grande maioria dos adolescentes largam o estudo quando estão indo para o Ensino Médio, porque precisam trabalhar para ajudar a família.
Outra razão é não ter escola na localidade ou a unidade ser distante de casa. Motivos como a falta de vaga, falta do turno desejado, falta de dinheiro, gravidez e a necessidade de atuar em afazeres domésticos completam a lista.
Audiência pública discutirá o tema
Uma articulação entre o governo de Santa Catarina e a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) pode viabilizar a criação de um auxílio para alunos carentes que abandonaram os estudos no Estado desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em março de 2020.
A medida busca combater a evasão escolar e será discutida em audiência pública promovida pela Alesc. A data da audiência será informada ainda nesta semana, de acordo com a assessoria de imprensa da assembleia.
A autora do requerimento para a realização da audiência pública foi a deputado Marlene Fengler (PSD).
“Todos temos acompanhado os números alarmantes de crianças e adolescentes que não estão voltando às salas de aula. É nossa responsabilidade ter mais informações e dados confiáveis para pensarmos em conjunto ações para resolver esse problema tão sério”, argumentou.
De acordo com a parlamentar, a audiência pública deverá contar também com a presença dos integrantes da Comissão de Educação, Cultura e Deporto da Alesc.
Serão convidados ainda representantes do Ministério Público, da Secretaria de Estado da Educação, da Fecam (Federação Catarinense de Municípios) e da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Auxílio financeiro aliado a atividades
A deputada estadual Luciane Carminatti (PT) apresentou na Alesc um projeto de lei que cria o programa de bolsa de manutenção aos estudantes do ensino médio das escolas estaduais de Santa Catarina. Se aprovado, o PL 316/21 vai contemplar jovens de famílias em pobreza ou extrema pobreza com valor mensal de meio salário mínimo por mês (R$ 550).
Para receber o benefício, o aluno precisa ter no mínimo 75% de frequência e sem reprovação. O tema já estava em análise na diretoria de ensino na SED (Secretaria de Estado da Educação).
Fonte: ND mais - notícia do dia
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