As chuvas de outubro e novembro em Santa Catarina provocaram um prejuízo de R$ 3 bilhões à agricultura catarinense. A estimativa é de que 50 mil propriedades tenham sido atingidas e sofrido perdas. O levantamento foi feito pela Secretaria de Estado da Agricultura e informado pelo secretário da pasta, Valdir Colatto, na manhã desta segunda-feira (27) em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV.
O valor total de danos, que era estimado em R$ 2,5 bilhões em SC, foi atualizado na tarde desta segunda-feira para R$ 3 bilhões. Os prejuízos afetaram diferentes cultivos, mas variedades como o trigo, que estava na época da colheita, chegaram a registrar perdas de 50%. Segundo o secretário, o volume que foi colhido ainda não poderá ser usado para panificação, mas apenas para produção de ração. Hortaliças, cebola e arroz, com mais de dois mil hectares destruídos, são outras atividades que sofreram com as chuvas.
O secretário de Estado da Agricultura afirmou que a crise no setor ameaça o abastecimento de alimentação nas cidades. Segundo ele, produtos como alface estão sendo importados de outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo, em função dos estragos nas plantações catarinenses.
A característica da agricultura de SC, formada por 95% de pequenos produtores, aumenta a necessidade de ações de socorro aos produtores atingidos pelas chuvas.
— Estamos buscando esses dados para ver quais ações podemos tomar daqui para a frente para manter esse agricultor no campo. Porque a dificuldade é manter no campo o agricultor, o sucessor, que hoje não chega a 5%, e também [superar] a dificuldade que se tem para obter mão de obra. A agricultura vive um problema de mão de obra porque a atividade é muito difícil e você não encontra quem queira trabalhar no campo — afirmou Colatto, na entrevista à NSC TV.
Estado anuncia prorrogação de dívidas
Os prejuízos na agricultura de SC levam o Estado a anunciar algumas ações de ajuda aos produtores. O secretário de Estado da Agricultura informou que uma das medidas é a prorrogação da dívida de agricultores. Segundo ele, o governo também propõe o subsídio de juros dos empréstimos contraídos para custear as produções.
— Àqueles que têm que replantar, estamos levando sementes novamente, de milho, arroz e outras atividades, para que eles possam, neste momento, retornar a atividade normal — conta Colatto.
O secretário cobra apoio também do governo federal ao dizer que até o momento não teria ocorrido “qualquer sinalização do governo federal para ajudar neste processo”. A reportagem tentou contato com o Ministério da Agricultura, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Caso ocorra, a publicação será atualizada.
Recuperação de estradas do interior
Outro diagnóstico feito pelo Estado é a necessidade de recursos para as chamadas estradas vicinais, que não possuem pavimentação asfáltica e servem de acesso às propriedades rurais.
Segundo o secretário estadual da área, uma demanda importante dos produtores é um programa estadual e federal com recursos para ajudar os prefeitos a recuperarem também essas estradas, por onde passam animais e alimentos.
NSC
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