A segunda etapa do monitoramento dos principais rios de Santa Catarina, realizado pela SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável) mostra que 40% dos rios apresentaram uma piora na qualidade da água desde o último levantamento, realizado em março.
Assim, dos 40 pontos monitorados dos rios da vertente Atlântica do Estado em junho, 16 tiveram uma piora no indicador, três se mantiveram iguais e 21 pontos melhoraram.
Conforme os dados do relatório, a maior parte das irregularidades é a presença excessiva de coliformes termotolerantes na água. Isso provavelmente ocorre devido a lançamentos domésticos não tratados ou efluentes de criação animal.Divulgado a cada trimestre, o boletim Qualiágua estabelece cinco parâmetros para análise da qualidade da água: quantidades de cloreto, nitrato, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, além dos coliformes. Somando esses critérios chega-se ao IQA (Índice de Qualidade da Água), com cinco níveis de classificação que variam em uma escala de 0 a 100.
Rios com maior poluiçãoO maior nível de poluição das águas está concentrado na Bacia do Itajaí, onde nove pontos (60%) apresentaram desconformidades.
O rio Itajaí Mirim e o rio Camboriú, nos municípios de Brusque e Camboriú, respectivamente, têm os piores índices de qualidade da água, com apenas um ponto acima do patamar considerado ruim, que começa em 50. O principal indicador que derruba a qualidade da água é o índice de coliformes.
Na sequência, os pontos com piores avaliações foram encontrados no rio Itajaí do Sul, em Ituporanga e Alfredo Wagner, com IQA em 52 e 53, respectivamente. Segundo o relatório, a água apresenta fósforo em excesso e alta turbidez.O nitrato também é um elemento que deve ser observado na qualidade da água. Quando verificado em alta concentração pode indicar poluição de fertilizantes agrícolas ou dejetos humanos e animais.
Apesar de o nitrato não ter sido encontrado em concentração acima dos limites estabelecidos neste levantamento, ainda é um indicador que pode variar conforme o calendário agrícola do Estado. O ponto de maior concentração foi visto em Braço do Norte.A maior parte dos pontos analisados foram classificados como razoáveis. Entre os pontos com classificação boa, o ponto localizado em Tubarão teve o melhor IQA, com 89. Neste local o valor de coliformes ficou abaixo do limite de quantificação pela primeira vez, desde o início da série histórica, em 2019.
Grande FlorianópolisO ponto que apresentou a maior concentração acima do estabelecido de cloreto — que pode vir da dissolução de minerais, da intrusão de água marinha ou de despejos de efluentes — é o ponto analisado no rio Cubatão, em Palhoça, com IQA 65, local próximo da foz do mar.
A bacia do rio Cubatão é estratégica para a região da Grande Florianópolis, já que nela estão os mananciais de captação para abastecimento de água de cinco municípios da região.Segundo o relatório, o ponto demonstra uma tendência de características de águas salobras, mas deve ser realizado um estudo específico para classificá-lo desta forma.
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