SC tem apenas 31,8% das rodovias consideradas ótimas ou boas.

Relatório da CNT aponta que 68,2% das rodovias pavimentadas no Estado, que foram avaliadas ao longo de 2022, apresentam problemas.

SC tem apenas 31,8% das rodovias consideradas ótimas ou boas.

Santa Catarina tem apenas 31,8% dos 3.510 quilômetros das rodovias são consideradas ótimas ou boas, aponta pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) que foi divulgado na última quarta-feira (9).
Relatório aponta que 68,2% das rodovias pavimentadas no Estado, que foram avaliadas ao longo de 2022, apresentam problemas e foram consideradas como regular, ruim ou péssima.

Confira a avaliação:

Levando em consideração a classificação do estado geral das rodovias por unidades federativas, 5,9% das rodovias de Santa Catarina são consideradas em péssimo estado.

Dessa forma, o Estado tem a maior porcentagem entre as unidades federativas do Sul do Brasil considerada em estado péssimo.

A pesquisa da CNT apontou que 54,1% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima e 45,9% é classificada como ótima ou boa. Além disso, 6,3% estão sem faixa central e 17,4% sem faixas laterais.

Assim como 70% do traçado das rodovias catarinenses também apresentam algum tipo de problema. Entre elas, 84% contam apenas com pistas simples e 54,2% do trecho avaliado não apresenta acostamento. Entre os mais de 3,5 mil quilômetros, a pesquisa identificou 18 pontos críticos.

Custo e investimento

A CNT aponta que a atual condição das rodovias de Santa Catarina apresentam um aumento de custo operacional do transporte de 34,7%, que reflete na “competitividade do Brasil e no preço dos produtos”.

Além disso, foi avaliada a necessidade de R$ 2,25 bilhões para recuperar a malha rodoviária catarinense com ações emergenciais de restauração e de reconstrução.

Assim como a CNT estima que foi gasto 35,3 milhões de litros de diesel extra por conta da má qualidade das rodovias apenas em 2022. “Esse desperdício custará R$ 161,10 milhões aos transportadores”, finaliza a confederação.

A reportagem do ND+ entrou em contato com a SIE (Secretaria de Estado de Infraestrutura) e com o governador eleito para o próximo mandato, Jorginho Mello, mas não houve retorno até as 18h30 desta quarta-feira (9) sobre quais medidas serão adotadas para melhorar as rodovias catarinenses.

O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), por meio de nota, informou que monitora a malha rodoviária sob sua jurisdição e “trabalha para garantir o melhor nível de serviço, a partir do orçamento disponível. E mesmo diante de um quadro de severa restrição orçamentária, o Departamento tem atuado para dar continuidade às ações previstas no Plano Nacional de Logística”.

Assim como destaque que atingiu 96% da malha rodoviária federal coberta por contratos de manutenção e a conclusão de 4 mil quilômetros de revitalização, pavimentação e duplicação de rodovias no país.

Cenário nacional

A 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias apontou que o estado geral da malha rodoviária do Brasil piorou em 2022.

Dos mais de 110 mil quilômetros avaliados, 66% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%. A confederação avaliou 100% da malha rodoviária pavimentada federal e as principais rodovias estaduais.

Neste levantamento, são analisados Pavimento, Sinalização e Geometria da Via, como também a existência de pontos críticos.

Tais características levam em conta, respectivamente, variáveis como condições da superfície; placas e faixas de sinalização e defensas; além de elementos da via, como curvas, acostamentos, pontes e viadutos. Esses aspectos recebem classificações que vão desde Ótimo e Bom a Regular, Ruim e Péssimo.

Em toda a malha pesquisada, foi observada uma piora significativa na característica Pavimento em relação ao resultado de 2021.

Rodovias sob gestão pública

Na comparação com o ano passado, a piora dos trechos federais e estaduais sob gestão pública chama a atenção. O estado geral na classificação ótimo e bom caiu de 28,2% para 24,7%, em 2022 — sua segunda queda consecutiva.

Em 2019, o percentual era de 32,5%. Em 2020, o levantamento não foi realizado devido à pandemia de covid-19.

Portanto, 75,3% (65.566 quilômetros) da malha rodoviária sob gestão pública apresentam algum tipo de problema, sendo classificados como regular, ruim ou péssimo.
Já entre as características analisadas, o Pavimento destas rodovias apresentou a maior queda de qualidade: o percentual da classificação Regular, Ruim e Péssimo aumentou de 59,4%, no ano passado, para 62,7%, este ano.

Rodovias sob gestão concedida

Em contrapartida, os resultados da avaliação do estado geral das rodovias concedidas apontam que 69,0% dos 23.238 quilômetros pesquisados são classificados como ótimo ou bom; 25,8% (5.988 quilômetros), regular; e apenas 5,2% (1.209 quilômetros), ruim ou péssimo.

O cenário é diferente porque, tradicionalmente, há um maior investimento feito pelas concessionárias em relação às aplicações realizadas pelo setor público.

Porém, assim como os trechos sob gestão pública, em 2022, as rodovias sob responsabilidade da iniciativa privada também não escaparam da piora. Em 2021, o estado geral ótimo ou bom destas rodovias era de 74,2% — ou seja, o índice apresentou queda de 5,2 p.p.

A CNT aponta que as empresas do transporte rodoviário de cargas podem ter um acréscimo de, em média, 33% no custo operacional por conta do estado das rodovias.

Confira a nota do DNIT na íntegra:

O DNIT monitora mensalmente a malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço, a partir do orçamento disponível. E mesmo diante de um quadro de severa restrição orçamentária, o Departamento tem atuado para dar continuidade às ações previstas no Plano Nacional de Logística.
A partir de um planejamento integrado e da valorização da gestão técnica foi possível assegurar a manutenção da malha rodoviária e entregar obras aguardadas há décadas.
Prova disso é que no último ano, 99,97% do orçamento foi efetivamente empenhado, o que demonstra de forma cabal o compromisso com a boa gestão e com o bom uso dos recursos públicos.
Atingimos o patamar de 96% da malha rodoviária federal coberta por contratos de manutenção e concluímos 4 mil quilômetros de revitalização, pavimentação e duplicação de rodovias no país.
O DNIT possui sua metodologia de avaliação das condições da manutenção do pavimento e da conservação das rodovias federais em todo o país. O Índice de Condição da Manutenção (ICM) tem o objetivo de manter uma radiografia atualizada das condições da malha federal sob jurisdição do DNIT. O monitoramento do ICM busca ainda utilizar as informações apuradas na tomada de decisões sobre investimentos.

 

 
 
 
Fonte: ND+
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