Santa Catarina tem uma taxa de 12 pessoas a cada 100 mil habitantes na fila por um transplante de órgão, o menor índice da região Sul do Brasil. Nesta quarta-feira (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos por meio de LAI (Lei de Acesso à Informação) pela Fiquem Sabendo, organização especializada no acesso a informações públicas.

Enquanto Santa Catarina tem uma uma taxa de 12 por 100 mil habitantes, o Paraná lidera com a maior fila para o mesmo grupo, no Sul do Brasil, com 19,7. O estado paranaense é seguido pelo Rio Grande do Sul, que ocupa o segundo lugar no ranking, com uma taxa de 17.

Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), Santa Catarina possui uma das maiores taxas de doação, cerca de 40 por um milhão de população. Os dados são do primeiro semestre de 2023 e contrastaram com a taxa nacional de 19 por milhão de habitantes.

A não autorização das famílias no Estado é de 31%, enquanto que a média nacional está em 49%.

De janeiro a agosto de 2023, a SC Transplantes registrou 469 notificações de potenciais doadores. Desses, 208 foram doadores efetivos, nos casos de morte encefálica. No mesmo período foram realizados 1.137 transplantes.

Os hospitais de Santa Catarina que mais doaram órgãos no período:

- Hospital Governador Celso Ramos (Florianópolis): 24 doações;
- Hospital Santa Isabel (Blumenau): 20 doações;
- Hospital Nossa Senhora da Conceição (Tubarão): 19 doações.

Em Santa Catarina, a maior fila de espera é por um transplante de rim. Segundo o Ministério da Saúde, 801 pessoas no Estado aguardam na fila por um compatível.

Logo em seguida, 429 pessoas aguardam por um transplante de córnea. Ao todo, 921 pessoas esperam na fila de transplante. Até agosto, uma única pessoa aguardava a doação de um coração em Santa Catarina.

- Rim: 801
- Córnea: 429
- Fígado: 77
- Pâncreas e rim: 41
- Pâncreas: 1
-  Coração: 1

Todas as pessoas podem doar órgãos e tecidos. Não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar sua família sobre o desejo da doação, pois ela só acontece após autorização familiar.

- Detecção do potencial doador consistente com morte encefálica ou cardíaca;
- Manutenção clínica do potencial doador (é administrado soro e remédios para os órgãos continuarem funcionando e terem condições de serem transplantados);É feita a comunicação de morte aos familiares;
- Após, é realizada a entrevista com as famílias do paciente que não tem contraindicação;
- Com o consentimento da família, são iniciados o planejamento da logística e os procedimentos para remoção dos órgãos;
- Após a efetivação da doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de lista de espera seleciona os receptores mais compatíveis;
- Após a retirada dos órgãos, inicia-se o processo de distribuição dos mesmos para serem transplantados.

A logística de transporte após a retirada dos órgãos é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura devido ao potencial de utilização dos órgãos.

O Governo do Estado tem à disposição aeronaves da Polícia Militar e Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), táxi aéreo e voos comerciais, de acordo com a disponibilidade no momento.