O estado de Santa Catarina lidera o número de pontos vulneráveis para exploração sexual de menores de idade, na região Sul do país. A constatação esta na cartilha do Projeto Mapear, publicada nessa quinta-feira (31), pela Polícia Rodoviária Federal, em parceria com a organização internacional Childhood Brasil.

Em todo o país, foram mapeados 17.687 áreas desse tipo — 7,53% deles estão em território catarinense. Os dados apresentam um aumento de 83,2% em relação ao biênio anterior (2021/2022), quando 9.653 pontos de risco para exploração sexual de crianças e adolescentes foram indicados.

Segundo a PRF, o número não representa um crescimento direto, mas sim, reflete o aumento das ações de acompanhamento nas estradas federais.

Santa Catarina lidera entre rodovias federais no Sul do país

As estatísticas destacadas na cartilha incluem estabelecimentos comerciais, hotéis, motéis e postos de combustíveis às margens das rodovias federais. O Projeto Mapear reúne quatro níveis de risco: baixo (9.077), médio (5.237), alto (2.566) e crítico (807).

Entre as causas para o aumento dos índices, em comparação ao biênio anterior, estão o desenvolvimento de uma nova versão do aplicativo de mapeamento, a implementação de novas metodologias para reunir as estatísticas e o foco da PRF em intensificar o trabalho de identificação dos pontos que podem representar riscos para crianças e adolescentes.

Santa Catarina lidera o número de pontos vulneráveis em rodovias federais no Sul do Brasil, com 1.333 áreas indicadas. Em toda a região Sul, são 2.474 pontos desse tipo. Ou seja, 53,88% das áreas de risco para exploração sexual de menores estão em solo catarinense.

Região Nordeste lidera pontos vulneráveis para exploração sexual de menores

A cartilha do Projeto Mapear ainda destaca que o Nordeste do Brasil é a região com maior número pontos vulneráveis para exploração sexual de crianças e adolescentes, com 6.532. Na sequência estão as regiões Sudeste (5.041), Sul (2.474), Centro-Oeste (2.210), e Norte (1.430).

O maior número de pontos vulneráveis está concentrado na BR-116, na qual as equipes identificaram 2.398 locais que podem representar riscos a crianças e adolescentes. Na sequência está a BR-101, com 1.533 pontos de vulnerabilidade.

Para o diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, a instituição também atua como uma forte defensora dos Direitos Humanos: “É o uso da inovação a favor da proteção de pessoas vulnerabilizadas que estão nas rodovias. Esperamos, em breve, que essa ferramenta possa ser compartilhada com outras forças de segurança, e assim ampliar a rede de proteção para áreas urbanas, e não mais restrita às rodovias federais”.

O que é o Projeto Mapear?

Desde 2003, a PRF utiliza a ferramenta para definir diretrizes e ações no enfrentamento aos crimes sexuais contra menores de idade. Com as informações reunidas e disponibilizadas ao efetivo, a instituição atua na prevenção e repressão desses crimes, com a identificação de suspeitos e operações específicas, como a Domiduca, que resgata menores em situação de vulnerabilidade.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o Mapear é um projeto essencial no combate à violência de crianças e adolescentes: “Os resultados positivos neste campo, entre outros fatores, são fruto do conjunto de desenvolvimento do país, que envolve o esforço do governo no processo de expansão do emprego e de políticas públicas que possam proteger as nossas crianças e adolescentes”, disse Marinho.

No último biênio, as 31 ações de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, em situações de vulnerabilidade, fiscalizaram 6.453 pontos, alcançaram 76.606 pessoas e possibilitaram o resgate de 147 menores de idade em todo o país.

ND+