Uma paciente com insuficiência cardíaca grave em Santa Catarina, que estava na lista de espera da Central Estadual de Transplantes e aguardava por um transplante de coração, recebeu um novo órgão na última sexta-feira (25) e pôs fim a uma espera de apenas 14 dias. A cirurgia, a 57ª feita pelo Estado desde o ano 2000 e a quinta em 2023, zerou a lista de espera de pacientes na SC Transplantes.
De acordo com a Central, o tempo de espera médio varia de acordo com o tipo sanguíneo do receptor. Como mostrou a reportagem do NSC Total, 30% dos pacientes foram transplantados com menos de um mês de espera, 33% aguardaram menos de 90 dias. No restante, a espera foi por um período maior.
Para o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, a “solidariedade do povo catarinense é fundamental” para o Estado ter um número considerável de corações doados.
— Pela 14ª vez nos últimos 18 anos, o Estado está na liderança no ranking nacional de doadores de órgãos para transplantes. Nos outros quatro anos ocupamos a segunda posição. Ou seja, Santa Catarina é de modo incontestável a melhor região no desempenho desta atividade nas duas últimas décadas — reforça Joel.
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A secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, destacou que Santa Catarina está há mais de 20 anos aprimorando o sistema de doação e transplante de órgãos com capacitações constantes para os profissionais de saúde.
— O sucesso da política estadual de captação e transplantes de órgãos é sim resultado de muito esforço, de muito trabalho, e a cada ano vem se consolidando. Precisamos continuar praticando, pois a doação de órgãos salva vidas.
Como funciona a lista de espera?
De acordo com Joel de Andrade, a distribuição dos enxertos cardíacos é feita por critérios “essencialmente técnicos”.
— O primeiro critério utilizado é o grupo sanguíneo. Na prática, acabam sendo formadas quatro listas de espera: grupo A, B, AB e O. Dentro destes subgrupos, os dados biométricos como peso e altura passam a ser analisados. O tempo em lista de espera é outro fator computado para desempate entre pacientes no mesmo patamar de gravidade.
— Por fim, condições clínicas que incluem o choque cardiogênico podem determinar a prioridade do receptor sobre os demais em lista, resultando em uma colocação no topo de lista — explicou o coordenador do SC Transplantes.
Joel ressaltou também que, no caso do coração, a logística é fundamental, pois o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em até quatro horas. Em Santa Catarina, helicópteros e outras aeronaves do Governo do Estado ficam à disposição para transporte dos órgãos.
— Primeiro é verificado entre os pacientes da lista estadual se o coração doado é compatível. Se não for, o órgão é enviado para os pacientes de outros estados próximos, como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
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