O Estado catarinense obteve um salto nas mortes por Covid-19 nos últimos meses. Foram 42 óbitos em novembro de 2023, contra 21 no mês de outubro. Os dados são do painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
A médica infectologista Sabrina Sabino acredita que o aumento do número de mortes está ligado com um maior número de casos nos últimos meses em Santa Catarina. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive/SC), no final de julho eram 79 confirmados. Já na segunda semana de outubro, o número de infectados subiu para 980.
— O aumento de mortes ocorre de acordo com o maior número de casos. Principalmente nesse último mês, quando a gente teve uma nova variante que foi introduzida inicialmente lá no Ceará — explica a médica.
Nova variante
Segundo o Ministério da Saúde, uma nova variante chamada de BA.2.86.1, e sua sublinhagem, a JN.1 e a J G.3, foram detectadas no Brasil, com aumento de casos no estado do Ceará, principalmente na capital Fortaleza.
Nos últimos meses, o governo também vêm monitorando a situação nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Covid 19: com o surgimento de nova variante, Ministério recomenda dose extra da vacina
Com o surgimento da nova variante do Coronavírus, o Ministério antecipou, a partir desta quarta-feira (6), a segunda dose de reforço da vacina bivalente contra a covid-19 para pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos. A vacinação está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
As subvariantes do vírus já foram encontradas em 47 países, sendo que a JN.1 já está correspondendo a 3,2% das detecções no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante da Covid-19 é avaliada como de baixo risco.
Perfil de mortes por Covid-19 em SC
O perfil das mortes relacionadas à Covid-19 é de pessoas com mais de 60 anos, diz o boletim epidemiológico elaborado pela SES. O grupo acima de 80 anos foi o mais atingido, seguido das pessoas com idades entre 70 e 79 anos.Taxa de vacinação infantil em Santa Catarina
A vacinação contra a Covid-19 continua sendo a forma mais eficaz no combate da doença, afirma a infectologista. Entretanto, de acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 17,26% da população brasileira tomou a dose bivalente.
— É fundamental que a população entenda a importância que a vacinação tem, afinal de contas, foi ela que nos tirou do pior momento de uma pandemia sem precedentes.
O pediatra infectologista, Tarcisio Crocomo, faz um alerta para a vacinação das crianças contra a Covid-19 em Santa Catarina. Segundo o médico, o grupo representa o menor índice de vacinação do Estado.
— Infelizmente, a faixa etária com menor índice de vacinação são as crianças. É extremamente importante que os pais levem seus filhos para vacinar — fala o infectologista.
De acordo com o levantamento “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”, coordenado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer, mostrou que, dos 144 entrevistados na Grande Florianópolis, apenas 50 pessoas (35%) acreditam que a vacinação infantil é importante.
— Eu me vacinando, eu posso até apresentar alguns sintomas mais leves, mas a vacina está evitando o que é o primordial: o óbito. Então, é extremamente importante a vacinação, principalmente em pessoas de grupos de riscos, além da dose de reforço da vacina bivalente, que hoje é a vacina mais abrangente que nós temos disponível contra as principais variantes — finaliza a médica.
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