SC atinge maior nível de inadimplência em um ano com mais de 158 mil endividados.

Economista explica que dado é reflexo da confiança crescente de famílias para voltarem a consumir combinada com alta taxa de juro.

SC atinge maior nível de inadimplência em um ano com mais de 158 mil endividados.

Santa Catarina atingiu o maior nível de inadimplência em um ano, 79%, segundo dados de julho do CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A taxa representa mais de 158 mil pessoas endividadas no Estado.

A PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC mostra que a inadimplência ficou estável julho de 2022 a dezembro de 2022, mas sofreu uma escalada de janeiro até julho de 2023. Em 12 meses, o Estado registrou um aumento de 25 mil endividados.

A pesquisa leva em consideração dívidas de cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outras.

Dos 158 mil endividados, cerca de 62 mil afirmaram ter contas em atraso e 26 mil dizem não ter condições de pagar as dívidas.

Segundo Ivoneti Ramos, professora de economia e finanças Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), a tendência é de alta e reflete a confiança crescente de famílias para voltarem a consumir em 2022 combinada com uma taxa de juro de em média 13,75% ao longo de 2023.

“Por um lado a leve recuperação econômica de 2022, com crescimento do PIB em torno de 2,9% que gerou confiança nas famílias para voltar a consumir. Por outro lado, as taxas de juros dos últimos meses foram em média 13,75% ao ano, e isso pesou muito para as famílias que precisam ainda recorrer ao sistema de crédito”.

Segundo a economista, a inadimplência também pode ser explicada em função dos ajustes necessários após a quebra de renda causada pela pandemia. Esse contexto, conforme Ramos, comprometeu a renda de famílias a longo prazo.

Fatores como a saúde mental e a reconfiguração do mercado de trabalho também podem ser indicadores que afetam a renda e as decisões de consumo dos catarinenses, explicou a professora.

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