O governo de Santa Catarina anunciou nesta sexta-feira (13) ações para frear o avanço da dengue em 2025. O Estado enfrenta números recordes da doença em 2024, com 346.261 casos prováveis e 340 óbitos confirmados até agora. A previsão é de que haja um aumento durante o verão, época em que há maior proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
A preocupação do governo é com uma possível superlotação nos hospitais durante o período. Uma das medidas tomadas foi a aquisição de 800 aparelhos hemoglobinômetros, que farão testes hematócritos rápidos. A intenção é identificar pacientes com quadros mais graves.
— Esse aparelho ajuda a fazer o manejo clínico do paciente com dengue. Com o resultado, a gente consegue identificar se o paciente pode continuar o tratamento em casa, ou se é necessário encaminhar ele para uma unidade com internação hospitalar — explica João Fuck, diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
O item deve ser distribuído a municípios com infestação de dengue na primeira quinzena de janeiro, segundo previsão da Secretaria de Saúde (SES). O critério para a distribuição irá considerar o número de habitantes e de unidades de pronto atendimento, além do risco de transmissão para o Estado. O valor investido é de R$ 7,9 milhões.
O governo também publicou uma ata de registro de preço, que facilita a compra de medicamentos contra a dengue pelas prefeituras. A Secretaria de Saúde informou que vem intensificando, nas últimas semanas, a aquisição de equipamentos e as reuniões com as prefeituras.
Dengue avança e vacinação segue estagnada
Dados da Dive mostram que Santa Catarina já registrou 346.261 casos prováveis de dengue em 2024, valor 247% maior do que o total de 139.702 casos somados em todo o ano passado. Também já foram confirmadas 340 mortes pela doença, diante do total de 98 registradas em 2023.
— A dengue mata e a dengue mata pessoas jovens. A alta de dengue não ocorre apenas aqui, mas em todo o Brasil. A letalidade em Santa Catarina é a menor da região Sul, mas nós não queremos ter número algum — disse o secretário da Saúde, Diogo Demarchi.
A vacinação contra a doença, por outro lado, segue estagnada. Apenas 16,7% do público-alvo de crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, completou o esquema vacinal, segundo dados divulgados em 3 de dezembro. O imunizante é aplicado em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.
Das 221 mil pessoas que compõem o público-alvo da vacinação, nas quatro regiões em que o imunizante está disponível (Nordeste, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí e região de Chapecó), apenas 37 mil completaram o esquema vacinal. Em relação à primeira dose, 86 mil pessoas tomaram, o que corresponde a uma cobertura de 39%. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% do público.
Segundo o secretário de Saúde, ainda não há previsão de ampliação da faixa etária.
— Santa Catarina está vinculado ao Programa Nacional de Vacinação. Já levamos o pleito de expandir a faixa etária para Brasília. Mas até que se tenha alguma mudança, nós ainda temos ela disponível para a faixa de 10 a 14 anos — pontua.
Ações para eliminar os criadouros do mosquito:
- Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;
- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água;
- Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas;
- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;
- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;
- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.
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