Pela primeira vez desde junho de 2020, o rendimento real habitual dos trabalhadores brasileiros aumentou tanto na comparação trimestral (3,7%) quanto na anual (2,5%). Com as evoluções, o salário médio recebido alcançou R$ 2.737 no trimestre finalizado em setembro, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), “o crescimento do rendimento real está relacionado à redução da inflação, que tem proporcionado ganhos reais aos profissionais.
“O rendimento nominal, que não desconta a inflação, já vinha crescendo em 2022, enquanto o real estava registrando queda. Uma vez que há uma retração da inflação, passa-se a ter registros de crescimento no rendimento real”, avalia a pesquisadora.Com a evolução das remunerações, a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 266,7 bilhões, valor que corresponde a um crescimento de 4,8% frente ao do trimestre anterior e 9,9% na comparação anual.
As posições na ocupação que tiveram alta no rendimento no trimestre foram as de empregado com carteira de trabalho assinada (2,8%, ou mais R$ 71), empregado no setor público (2,3%, ou mais R$ 92) e empregador (10%, ou mais R$ 613). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, os destaques ficam por conta do trabalhador doméstico (4,6%, ou mais R$ 46) e daqueles que atuam por conta própria (5%, ou mais R$ 103).Entre os setores analisados, houve aumento do rendimento médio real habitual na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (10,7%, ou mais R$ 179), indústria (3,4%, ou mais R$ 87), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,4%, ou mais R$ 96), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,8%, ou mais R$ 144) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou mais R$ 91).
Já na comparação com o intervalo entre julho e setembro de 2021, as altas foram concentradas nas áreas de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (13,2%, ou mais R$ 216), construção (5,7%, ou mais R$ 114), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (8,3%, ou mais R$ 174), outros serviços (8,9%, ou mais R$ 175) e serviços domésticos (4,6%, ou mais R$ 46).
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