A decisão do técnico Renato Portaluppi de não conceder entrevista após a derrota no Gre-Nal 440 deste domingo (8), no Beira-Rio, surpreendeu até mesmo a diretoria. Ainda no Beira-Rio, o presidente Alberto Guerra admitiu incômodo com a situação e disse que o assunto será tratado na reapresentação do elenco, inicialmente marcada para quinta-feira (12). Guerra, porém, descartou uma demissão do treinador.
— Do presidente ao faxineiro, do segurança ao CEO, ninguém do Grêmio concordou com essa decisão. Foi uma decisão unilateral do treinador. Entendemos que ele tem um compromisso amanhã (segunda-feira, 9) de manhã. A gente também acha que ele deveria estar aqui dando as explicações. Foi uma decisão que ele tomou e internamente vamos avaliar — declarou.
Guerra revelou que Renato havia avisado da viagem antes do Gre-Nal, mas que a diretoria evitou discutir o assunto para não gerar atrito às vésperas do clássico. O presidente, no entanto, admitiu que esperava que o treinador mudasse a decisão, principalmente pelo resultado negativo no Beira-Rio.
— Soube há alguns dias, conversamos, mas em véspera de Gre-Nal ou de jogos importantes a gente evita zonas de atrito. A gente esperou o jogo. Tenho certeza de que, se o Grêmio saísse com a vitória, a questão seria avaliada por outro prisma. O resultado acabou sendo negativo. Esperava que não tomasse essa decisão, mas ela foi tomada — completou.
Questionado se poderia exigir a presença de Renato na coletiva, Guerra disse que tentou fazer isso, mas que não poderia prender o treinador no vestiário.
— O clube poderia exigir e exigiu, mas ele tinha o compromisso e saiu. Eu não poderia trancar a porta e dizer: "Você não sai daqui". É isso. O que se pode fazer? Internamente, iremos avaliar. Vamos conversar com ele na reapresentação. Não vou aqui, publicamente, mas é importante expressar que o presidente não está de acordo, o Conselho de Gestão também não. O que se pode fazer? Demissão, obviamente que não, porque seria punir o Grêmio e o time. Ele está muito bem, tem feito um belo trabalho, mas tomou uma atitude contrária ao que considerávamos a melhor — admitiu o presidente gremista.
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