Um grupo de produtores de leite se reuniram no Centro de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, para uma manifestação. A ação desta sexta-feira (15) revela a insatisfação da categoria com a importação do produto.
Conforme os produtores de leite, a manifestação tem o objetivo de criticar a política de importação do produto e o preço pago pelas agroindústrias, valor que não condiz com os altos custos de produção.
André Rocardo Bambros conversou com o repórter Diego Antunes da NDTV e desabafou sobre a situação. “Nós produtores estamos sofrendo demais com a desvalorização do nosso produto”.
A Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC) teme o desaparecimento da agricultura familiar do segmento. O presidente da Federação, José Zeferino Pedroso, falou sobre o abandono dos produtores.
“Milhares de produtores de leite de Santa Catarina estão abandonando a atividade em função da nova situação do mercado brasileiro, marcado pela excessiva importação de leite e pela queda persistente da remuneração”.
Na década de 1990 – de acordo com dados da Secretaria da Agricultura – existiam em Santa Catarina 75 mil produtores de leite. Em 2022, eram menos de 30 mil produtores.
Com o cenário atual, os dados da pasta apontam que são, neste ano de 2023, apenas 20 mil produtores de leite.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil participou de reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para discutir a importação de leite no país.
Conforme a Fiesc e o Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Santa Catarina), seguem as conversas com o Governo Federal para estabelecer uma nova política de importação.
Além disso, Sindileite irá se reunir com as indústrias para estabelecer reajustes no preço do produto para aos agricultores.
O vice-presidente da Federação, Enori Barbieri, aponta que explosivo aumento da importação de leite em pó em 2023 gerou preocupação no setor lácteo brasileiro em razão dos impactos no pequeno e médio produtor.
As importações brasileiras de lácteos de janeiro a maio de 2023 tiveram acréscimo de 212% em relação aos primeiros cinco meses de 2022. Neste ano, o Brasil já importou, da Argentina e do Uruguai, 850 milhões de litros de leite.
A maciça presença de leite importado no mercado interno provocou queda geral de preços, aniquilando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro e também das indústrias de captação, processamento e industrialização de leite.
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