Pressionado, Ramírez deve rever conceitos de como fazer o Inter jogar.

Novos tropeços poderão abreviar a passagem do espanhol pelo Colorado.

Pressionado, Ramírez deve rever conceitos de como fazer o Inter jogar.
Até quando Miguel Ángel Ramírez será o técnico do Inter? A pergunta, que toda a torcida colorada se faz neste momento, tem resposta incerta. Porém, é possível afirmar que a permanência do espanhol será abreviada em caso de novo tropeço nos próximos jogos. E mais: para se manter no cargo após a vexatória derrota por 5 a 1 para o Fortaleza, no domingo, Ramírez terá que abrir mão de alguns conceitos basilares de seu projeto e montar uma equipe minimamente confiável para o segundo jogo contra o Vitória, nesta quinta-feira, no Beira-Rio, pela Copa do Brasil e as próximas rodadas do Campeonato Brasileiro.
Ou seja, ficando, Ramírez terá que alterar a forma de o Inter jogar. O recado, público, foi dado pelo vice de futebol, João Patrício Herrmann, ainda na Arena Castelão. Ele ressaltou que o time tem compromissos importantes nos próximos dias e garantiu a permanência do técnico, mas ressaltou que os dirigentes estão atentos e que é preciso uma adaptação da rota.
Afirmou também que Ramírez é capaz de ouvir o “meio e os atletas”. “As alterações internas estão sendo feitas. Sentimos que o modelo parou de evoluir, que deu uma estancada. Então, precisamos resolver essa dificuldade rapidamente e de uma forma interna. É preciso entender a cultura gaúcha de jogar futebol e a história do Inter”, enfatizou.
 
Pressão da torcida 
A pressão é grande. Nas redes sociais, os torcedores mostram que não há mais paciência com o treinador, que prometeu alegrias, disse que chegava para comandar uma Ferrari e acumula fracassos. Não ganhou nenhum dos Gre-Nais disputados, perdeu para adversários sem qualquer tradição na Libertadores e, neste momento, soma um ponto em dois jogos no Brasileirão. Um grupo de torcedores, inclusive, aguardou o desembarque da delegação no aeroporto Salgado Filho e realizou um protesto.
“Não vai ter mudança na comissão técnica, mas serão feitos ajustes. O clube vive um momento de transição. Não teremos mudança neste momento, ainda mais por essa decisão que temos agora, um jogo de matamata (contra o Vitória). Não podemos tumultuar o ambiente”, continuou Herrmann.
O técnico, por sua vez, sentiu o golpe aplicado pelo Fortaleza. Disse que o Inter jamais esteve próximo de superar o adversário e admitiu ter errado na elaboração da estratégia, principalmente ao optar por preservar alguns de seus principais jogadores. “Estou frustrado”, disse um Ramírez visivelmente abatido.
Ele garantiu que pedirá demissão no momento que, na sua concepção, não estiver mais ajudando o Inter. Mesmo que opte pela saída do técnico, o Inter terá dificuldades. A primeira é que há uma cláusula rescisória no contrato de Ramírez. Como estava valorizado e buscado por outros clubes quando o Inter efetivou a sua contratação, ele negociou a inclusão de uma indenização para o caso de demissão. O valor não é oficialmente confirmado, nem desmentido, pelos dirigentes, mas seria de 2 milhões dedólares. Ramírez tem contrato até dezembro de 2022.
Outro problema é que, apesar do fracasso até aqui de Ramírez no comando técnico do time, ainda há a crença de que é preciso impor uma mudança no estilo de o Inter jogar. Ou seja, o artífice dessa mudança pode não ser Ramírez, mas ela deve ocorrer, mesmo que seja com outro treinador na casamata. O problema é encontrar um nome disponível e com essas características no meio da temporada.
 
 
 
Fonte: Correio do Povo
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