“Agora estamos na saída do inverno. O pessoal tem pasto suficiente, tem as silagens ainda que estão tratando as vacas. E por outro lado, as indústrias estão bem estocadas de leite. Então chega ao ponto de que precisa ‘jogar para fora’, porque entrando o verão as vendas começam, a produção aumenta e, automaticamente, cai o preço novamente”, diz Crestani.
A disparada dos preços assustou consumidores, que chegaram a pagar, em média, R$ 5,80 o litro do leite na última semana em Florianópolis, conforme levantamento da reportagem do ND+.
Para se ter uma ideia, era possível abastecer a R$ 5,52 o litro da gasolina no mesmo período, conforme a última pequisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
“Há trinta dias o custo para os supermercados estava acima de R$ 6 reais, entre R$ 6 e R$ 6,50, o litro do leite. E agora, nesta semana, todos eles estão abaixo de R$ 5 reais para os supermercados comprarem. Então tem de R$ 4 até R$ 4,80 de custo”, afirma o presidente da Acats.
“Lógico, ninguém repôs estoques ainda. Mas nesta semana já vai começar a ter a diminuição do preço do leite na prateleira para o consumidor final”, garante. Assim, imagina-se que o preço de revenda fique em torno de R$ 5 a R$ 6, diferente do que foi encontrado na última sexta-feira (19).
Disparada de preços
O preço mais baixo do leite longa-vida visto pela reportagem na semana passada foi de R$ 4,98, enquanto o mais alto foi de R$ 7,99, resultando em uma média de R$ 5,80. Os preços foram verificados nos sites das redes de cinco supermercados.
Em apenas dez dias, a disparada de preço pôde ser sentida. O último levantamento realizado pelo Procon de Florianópolis sobre o custo do leite foi no dia 9 de agosto. Na época, a variação dos três tipos de leite — desnatado, integral e semidesnatado — em cinco supermercados foi de 2%. O menor valor foi de R$ 5,67, enquanto o maior foi de R$ 5,79, resultando em uma média de R$ 5,73.
A queda de preços é confirmada pela indústria, segundo o presidente do Sindileite (Sindicato da Indústria de Laticínios de Santa Catarina), Selvino Giesel.
“Houve alta de preços há poucos dias, mas agora o que está acontecendo é que o preço das indústrias está sendo pressionado para baixo, no Oeste. Aqui o preço está R$ 4,75, R$ 4,99 [para o consumidor final]”, diz Giesel. “Não sei a margem que os mercados colocam em cima, depende de onde compram, mas nos últimos dez dias está tendo uma redução nos preços por parte das indústrias”, completa.
Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o leite subiu mais de 25% no varejo, resultando em uma alta de quase 80% no ano.
Fonte: ND - mais
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