Diante do aumento no número de incêndios florestais no país, a Polícia Federal (PF) intensificou as investigações contra ações criminosas. Segundo a corporação, no momento, há 32 investigações abertas para investigar incêndios.
As investigações, iniciadas entre 2023 e 2024, apuram ações relacionadas a incêndios nos biomas Amazônia e Pantanal, além de dois inquéritos só no estado de São Paulo.
Segundo a corporação, as apurações são “conduzidas com cautela e baseadas em evidências sólidas, incluindo o uso de imagens de satélite para monitorar os focos de incêndio e determinar suas causas”.
A PF ainda incluirá o envio de peritos especializados aos locais afetados e o uso de tecnologia avançada para identificar os pontos de origem dos incêndios.
“A PF está empenhada em identificar não apenas os autores materiais, mas também os possíveis mandantes, buscando correlacionar esses crimes ambientais a outros delitos conexos, para que todos os envolvidos respondam por todos crimes praticados, garantindo assim a devida responsabilização”, informou a PF.
As investigações estão sendo coordenadas pela nova Diretoria Amazônia e Meio Ambiente, estrutura criada para reforçar e priorizar a atuação da PF no combate aos crimes ambientais.
Indícios de ação criminosa
O alto número de focos incêndios florestais em um curto espaço de tempo levou o governo federal a indicar a possível ação criminosa. “Nesse momento, é uma verdadeira guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no último domingo (27/8).
Em entrevista ao Metrópoles, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que grande parte dos focos de incêndio no país são provocados por ação humana.
“Tem gente que deve colocar fogo por sadismo. Tem gente que, de fato, coloca para poder ampliar a área desmatada. Você tem diferentes situações. Todo o fogo no Brasil, até agora, tem sido fogo de natureza humana. Nós não tivemos fogo provocado por raios até aqui”, enfatizou Rodrigo Agostinho.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou mais de 109 mil focos de incêndio neste ano. Somente neste mês, foram mais de 51 mil focos, sendo mais de 50% deles na Amazônia e 28%, no Cerrado.
Metrópoles
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