Pesquisadores testam novas espécies para reduzir custos na produção de uvas e vinhos.

O resultado é o menor custo de produção e maior qualidade das frutas.

Pesquisadores testam novas espécies para reduzir custos na produção de uvas e vinhos.
Um projeto desenvolvido por profissionais da Epagri e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pode aquecer ainda mais o mercado de vinho fino de altitude no Estado. Pesquisadores testam em solo catarinense diferentes videiras, trazidas da Europa, que são mais resistentes a doenças e exigem menor uso de agrotóxico. O resultado é o menor custo de produção e maior qualidade das frutas.

O projeto Variedade Viníferas Resistentes a Doenças (Piwi) é realizado desde 2015 e pretende testar 30 variedades do grupo piwi até 2021. Essas plantas foram desenvolvidas com melhoramento genético e lançadas nos últimos 30 anos, mas recentemente ganharam o mercado internacional com a pressão da Europa para redução do uso de produtos químicos no campo.

As piwis são resultado do cruzamento de videiras já conhecidas como merlot ou cabernet, por exemplo, com espécies selvagens. Por isso, as novas plantas se tornaram resistentes a doenças e com alto potencial para produção de vinhos. “A ideia do projeto é reduzir os custos para a produção e para o meio ambiente” destaca o coordenador do projeto, André Luiz Kulkamp de Souza, que também é gerente de pesquisa da Estação Experimental da Epagri de Videira.

Segundo André, o estudo é inédito no Brasil e na América Latina, realizado em parceria com a Fondazione Edmund Mach da Itália e o Julius Kuhn Institut da Alemanha, dois países que são referência mundial na produção de vinhos. Os testes são realizados por 15 pesquisadores doutores da Epagri e UFSC, técnicos, alunos de graduação, mestrado e doutorado.

Esse é o quarto ano consecutivo que a equipe consegue uma safra satisfatória nos campos de Urussanga, Curitibanos, São Joaquim, Videira e Água Doce. O resultado já permite determinar quais cultivares se adaptaram às condições de solo e clima de Santa Catarina. “Primeiramente tínhamos que ter certeza de que iriam se adaptar. Agora vamos habilitar a documentação para multiplicar e difundir o material”, confirma o pesquisador. A intenção é disponibilizar as novas espécies já no próximo ano com a abertura de chamada para contratação de viveiristas para produzir as mudas.

Parceria dá resultados

A realização da pesquisa foi possível com uma importante parceria da iniciativa privada, por meio do Fundovitis, com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável.

O presidente da fundação, Fábio Zabot Holthausen, enfatiza todo o trabalho de pesquisa que há por trás da produção de vinhos de altitude e que tornou Santa Catarina destaque nacional e internacional no setor. “Para a Fapesc é motivo de orgulho apoiar projetos mais perenes como este. A ideia aqui é possibilitar a produção de um vinho de maior qualidade, mas também com menos agrotóxico, com menor custo de produção. E, com certeza, gerando benefício para o produtor e para o consumidor”, afirma.

O secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino, reforça ainda que é papel de sua pasta aliar tecnologia e sustentabilidade no desenvolvimento de Santa Catarina. “Apoiamos e incentivamos novos projetos e soluções para que Santa Catarina seja referência em inovação no Brasil e no mundo”, adianta.

Na safra de 2018, Santa Catarina produziu cerca de 61 mil toneladas de uva, plantadas em uma área de aproximadamente 4,7 mil hectares, segundo levantamento feito pela Epagri. Os municípios que mais cultivam a fruta são Pinheiro Preto e Videira, que concentram mais de 60% da produção catarinense.

 
 
 
 
Fonte: Secom
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