Às vésperas do verão, as passagens aéreas para Santa Catarina vem sofrendo sucessivos aumentos desde maio deste ano. Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o valor médio dos bilhetes em setembro foi de R$ 671,18, o maior registrado desde o início da série histórica. Desde janeiro, a alta acumulada é de 32,4%.
O cálculo considera a média de preço de todos os assentos comercializados no período, sem contar taxas aeroportuárias, com valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação nacional. Essa metodologia começou a ser adotada em junho de 2010, quando se iniciou a série histórica.
Ainda não há dados sobre o valor médio da passagem em outubro e novembro, mas a tendência é que tenhamos um aumento considerável. Na terça (12), o IBGE informou que as viagens aéreas foram o item de maior peso na alta de 0,28% do IPCA de novembro. Em relação a outubro, o aumento das passagens aéreas foi de 19,12%.
Além disso, o fim do ano influencia no aumento da procura e, consequentemente, dos preços. Dezembro e janeiro são os meses que os aeroportos catarinenses mais recebem passageiros, de acordo com a Secretaria de Turismo. A projeção é que os dois últmos meses de 2023 recebam 649 mil viajantes, o que corresponde a 19,2% do total de viagens do ano.
A temporada de 2023 deve receber mais turistas em Santa Catarina em relação ao ano passado. Os maiores aeroportos do Estado — de Florianópolis e de Navegantes — registraram um aumento de 39%, cada um, no número de passageiros de voos nacionais no último ano. A maioria vem de São Paulo, seguido do Rio de Janeiro, de Brasília e de Porto Alegre, conforme dados da Secretaria de Turismo.
O que explica o aumento dos preços
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa empresas como Gol e Latam, disse que o atual cenário de aumento de passagens “segue movimento semelhante ao dos demais mercados em todo o mundo”.
“Considerando a série histórica da ANAC, fica claro que a tarifa média acompanha os efeitos externos, dado que a aviação é um setor fortemente afetado pelo câmbio do dólar, que representa 60% dos custos de uma companhia aérea, e pelo combustível que representa 40%. A tarifa média doméstica em 2023, de janeiro a setembro, teve alta de 14% em relação a 2019 (ano pré-pandemia). Já o QAV, na mesma comparação, subiu 86%”, diz o texto, que pode ser conferido na íntegra neste site.
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