Parlamentares defendem aprovação do novo marco do setor elétrico.

Projeto em análise na Câmara permite que consumidores comuns escolham de quem comprar energia.

Parlamentares defendem aprovação do novo marco do setor elétrico.

Após o início oficial dos trabalhos do Congresso Nacional em 2023, entre as propostas que devem ser objeto de debates está o novo marco do setor elétrico (PL 414/2021), aprovado no Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados.  

O projeto permite que todos os consumidores de eletricidade possam escolher de quem comprar energia, algo que hoje só é possível aos grandes consumidores. O objetivo principal do projeto é expandir a possibilidade para o consumidor comum, independentemente de carga e tensão utilizada. O tema foi abordado durante o seminário RedIndústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento contou com a participação dos deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Hoje, consumidores comuns e pequenas empresas integram o chamado mercado cativo, ou ambiente de contratação regulada (ACR), que têm acesso à energia por meio das distribuidoras. Assim, os cidadãos só podem comprar a energia da concessionária que atende à sua região, sujeitos às tarifas cobradas pela empresa. 

O PL 414 permite que esses usuários migrem para o mercado livre, restrito atualmente aos consumidores com carga igual ou superior a 500 quilowatts. Neste ambiente, as empresas podem escolher de quais fornecedores vão comprar a energia elétrica de acordo com as próprias necessidades. Para o deputado Arnaldo Jardim, a proposta representa a modernização do setor elétrico brasileiro. Ele afirma que é necessário caminhar para  um mercado livre.

“Ele, basicamente,  reconhece uma nova situação. O nosso processo de produção de energia eram grandes hidrelétricas, hoje ele mudou de natureza, porque ele tem hoje a presença da geração distribuída, eólica, solar.  Isso impõe a necessidade de repensar a organização, critérios de despacho. Isso impõe o passo que nós demos,  aprovamos o marco de geração distribuída. Está maduro, tem que aprovar o 414”, defende o parlamentar. 

O deputado José Guimarães defende a construção de um consenso para a aprovação da matéria na Câmara. “Eu acho importante que a gente construa um consenso porque tem determinadas matérias que, às vezes, não se discute muito o mérito, os parlamentares votam ou porque é demandado por um setor ou por outro, sem discutir o mérito. Esse é um projeto muito importante que pode ser construído um amplo consenso na Câmara. É a minha percepção”, afirma. 

Atualmente, o setor industrial é responsável por 35% do consumo energético do país. Além disso, 85,5% do consumo industrial do país vem do mercado livre, de acordo com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
 



Fonte: Brasil 61

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