Em reunião na Câmara dos Deputados e por videoconferência, representantes de caminhoneiros reiteraram aos parlamentares que a greve marcada para a próxima segunda-feira (1º) está mantida. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (28).
De acordo com o presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), Plínio Dias, a categoria questionou a política de preços dos combustíveis da Petrobras.
“Pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve para o dia 1º. O recado foi dado“, relatou ao Estadão. Transportadores rodoviários autônomos e celetistas afirmam que vão paralisar as atividades caso o governo não atenda às reivindicações.Entre as demandas da categoria estão o cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos e o fim da política de preço da paridade de importação da Petrobras para combustíveis.
O encontro foi organizado pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. Segundo o presidente da frente, deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), mais de 80 lideranças de caminhoneiros de vários Estados do Brasil e quatro deputados participaram da reunião.
Situação em SC é incertaProcurado pela reportagem do ND+, o presidente da Fecam/SC (Federação Dos Caminhoneiros Autônomos de Santa Catarina), Francisco Biazotto, disse que uma possível paralisação em Santa Catarina é “imprevisível”.
“Pode acontecer. Da nossa parte da federação e a maioria dos parceiros, por enquanto não há intenção de parar, a não ser que engrosse o caldo. Caso as lideranças do Estado optem pela paralisação, vamos sentar e conversar para ver se querem apoio ou não”, explica o presidente.“Esse movimento [greve] não vem da nossa classe organizada. É bem verdade que possa ter algum sindicato que queira participar. Nós em si não estamos nessa paralisação, não fomos nós que iniciamos”, completa.
A reportagem tentou contato com o presidente da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina), Ari Rabaiolli, durante a tarde, mas não obteve retorno até o fechamento do material.Entenda o pedido por nova política de preços
A categoria ataca a política de PPI (preço de paridade de importação), adotada pela Petrobras, e propõe a política de PPE (preço de paridade de exportação), baseada exclusivamente em custos nacionais.Além disso, sugerem um acerto de contas anual entre a estatal e o governo. No meio do caminho, os preços seriam mantidos estáveis para os consumidores, com possíveis reajustes trimestrais.
Os caminhoneiros calculam que haveria uma retração no preço da gasolina de 45%, de 27% no óleo diesel, e de 23% no GLP, o gás de cozinha.Outra alternativa defendida é que os preços dos combustíveis sejam formados apenas por um somatório de custos de produção mais margens de lucro e que essas margens sejam reduzidas à metade.
“Congelar ICMS não resolve”Lideranças dos caminhoneiros criticaram o anúncio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre o congelamento do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos Estados nas vendas de combustíveis, pelo prazo de 90 dias.
A categoria alega que a mudança não vai resolver o problema central do aumento do preço dos combustíveis.“Congela-se o ICMS, e o PPI (Preço de Paridade de Importação) continua. Significa perda de arrecadação para os estados e lucros para os acionistas [da Petrobras]”, disse Edvan Ferreira, uma liderança do Piauí ao UOL.
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