Metade dos rios monitorados pela Epagri estão em situação de estiagem.

Abastecimento de água é crítico em algumas cidades do Oeste.

Metade dos rios monitorados pela Epagri estão em situação de estiagem.
Metade dos rios monitorados pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Epagri estão sem situação de estiagem. De acordo com o pesquisador de hidrologia da Epagri/Ciram, Guilerme Miranda, das 40 estações monitoradas, 21 estão com os níveis abaixo do normal, sem 4 em situação de atenção, seis em alerta e 11 em emergência.

A situação é mais grave no Oeste, Meio-Oeste e Serra. Mas tirando a região Norte, há problemas em todo o estado, como por exemplo o rio Canoas, em Camboriú, e a barragem de Taió. Estes, além do Rio Chapecó, em São Carlos, são exemplos de locais em emergência.

Pontos em vermelho são os rios em situação de emergência pela estiagem(Foto: Epagri/Ciram)
- A situação é mais complicada no Oeste e a tendência é piorar pois não há previsão de chuva nesta semana. Neste mês choveu 31 milímetros em média no Meio-Oeste, 32mm no Oeste e 38 no Extremo-Oeste, quando a média é 150mm. Desde junho do ano passado vem chovendo pouco nessas regiões. No Meio-Oeste choveu 600mm a menos do que o esperado desde o último ano – explicou Miranda.
Gráfico mostra que em algumas regiões choveu 600 milímetros menos do que o esperado(Foto: Epagri/Ciram)

Com a redução na vazão dos rios a geração de energia e o fornecimento de água estão sendo afetados. A hidrelétrica Foz do Chapecó, que fica no Rio Uruguai, em Águas de Chapecó e tem capacidade para gerar 855 megawatts, 25% da demanda de Santa Catarina, não gerou nada entre as 5h de domingo e às 16h desta terça-feira. A Hidrelétrica de Machadinho, que fica em Piratuba, também no Rio Uruguai, e tem capacidade de 403 megawatts, também está parada.

Barragem de  Chapecó tem apenas 28% de água
Em Chapecó a barragem do Engenho Braun, que fica no Lajeado São José, que abastece Chapecó, estava em 28% na manhã desta terça-feira, segundo o superintendente regional da Casan, Daniel Scharf. 
Barragem no Lajeado São José, em Chapecó, está com 28% da capacidade(Foto: Paulo Dall Bello/NSC TV)

Ele espera que, com o transporte de água da BRF com caminhões, que vão buscar água no Rio Uruguai, o nível da barragem não caia tanto. Também tem um complemento de cerca de 30% da barragem Santa Terezinha, no rio Tigre, em Guatambu.

Chapecó é uma das três cidades consideradas em situação crítica, ao lado de Águas Frias e Jaborá, que estão sendo abastecidas com caminhões-pipa, que buscam água em Nova Erechim e Presidente Castello Branco, respectivamente.

Outras cidades em alerta são Dionísio Cerqueira, São Miguel do Oeste, Xaxim, Xanxerê, Saltinho, Bom Jesus do Oeste, Anchieta e Entre Rios. Neste município também há risco de ter que buscar água em cidades vizinhas.

A Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris), também considera critica a situação de ouros municípios, devido ao problema de abastecimento no meio rural. Estão nessa lista Guatambu, Caxambu do Sul, Iporã do Oeste, Planalto Alegre, Peritiba, Saudades e Seara. Todos estão transportando água para propriedades do interior, com caminhões-pipa.

A Defesa Civil recebeu notificação de 27 municípios que decretaram situação de emergência até a semana passada, mas esse número já é maior, só que ainda não foi atualizado.

Safra terá perdas de pelo menos 9% no milho e 5% na soja
A falta de chuva também vai afetar a produção de grãos. O pesquisador Haroldo Tavares Elias, do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Haroldo Tavares Elias, prevê uma redução de 9% na safra de milho, o que representa uma quebra superior a 200 mil toneladas. A expectativa inicial era colher 2,75 milhões de toneladas do cereal.
 
Estiagem provoca perdas nas lavouras de milho
Na soja a quebra deve ser de pelo menos 5%, o que dá mais de 100 mil toneladas. A estimativa inicial era de uma safra de 2,5 milhões de toneladas. Há perdas também no feijão e nas pastagens.

- Esses números podem até aumentar com a continuidade da estiagem pois na região de Campos Novos e Lages, há perdas de 26 a 28% nas lavouras de soja e milho. Também há relatos de perdas de 25% na safrinha de milho, na região de São Miguel do Oeste- ressaltou Elias.

Há também perdas nas lavouras de feijão e nas pastagens, o que aumenta o custo de produção de leite.
 
 
 
 
 
 
Fonte: NSC
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