Prestes a completar mil dias neste mês de abril, a morte do menino Miguel dos Santos Rodrigues finalmente teve um desdobramento final. Após dois dias de julgamento, por volta das 22h20 desta sexta-feira, o juiz do Fórum de Tramandaí, Gilberto Pinto Fontoura sentenciou a mais de 50 anos de prisão, a mãe e a madrasta do menino, acusadas de terem torturado, matado e ocultado o cadáver. Miguel foi morto aos sete anos entre, os dias 26 e 29 de julho de 2021, em Imbé, no Litoral Norte gaúcho.
Tanto a mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, quanto a madrasta, Bruna Nathiele Porto da Rosa, foram condenadas por homicídio triplamente qualificado, por tortura e ocultação de cadáver. Entre as qualificadoras reconhecidas pelo tribunal do júri estão meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa e motivo torpe, além de ter como motivo de aumento de pena o fato de o crime ter sido cometido contra um menor de 14 anos.
Os jurados reconheceram a culpa das duas ex-companheiras por todos os crimes denunciados pelo Ministério Público. As alegações da defesa de ambas as partes foram negadas. A mãe sustentava que o homicídio se deu na forma culposa, sem a intenção de matar, embora reconhecesse a tortura e a ocultação de cadáver. Já a madrasta negava a participação na morte e defendia a absolvição do homicídio, mas também reconhecia a tortura.
Com a condenação, Yasmin terá de cumprir 57 anos, um mês e 10 dias em regime fechado. Bruna foi sentenciada a 51 anos, um mês e 20 dias.
Frieza
Segatto foi um dos primeiros policiais a atender a ocorrência, quando ainda se acreditava na possibilidade de Miguel estar vivo. "A Yasmin chegou no local muito firme, muito incisiva na oratória. Eu notei que ela queria manipular a situação de forma que a gente não tentasse conversar com a Bruna. O que eu pude notar foi a tranquilidade dela em narrar o sumiço de um filho. Para nós, naquele momento, na narrativa dela, ele (Miguel) poderia estar vivo. Então, num primeiro momento, nossa intenção era achar o menino”.
Depoimento da mãe
Madrasta admite tortura
Bruna falou ainda que foi contra a ida de Miguel para morar com ela e Yasmin em Porto Alegre, por questões financeiras. “Foi a pior besteira que eu aceitei. Ele já era torturado em Porto Alegre. Qualquer coisa que o Miguel fazia, ele apanhava.
O Miguel apanhava até porque respirava”, completou a ex-madrasta.
Vídeos que comprovam crimes contra Miguel
Outros vídeos em que as humilhações ao menino persistem também foram exibidos. “Tu se acha o ‘bonzão’, Miguel. A verdade é que tu nunca vai ser”, debocha a madrasta em outra filmagem.
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