Lockdown sem salário em Criciúma não teve adesão de nenhum servidor, diz prefeitura.

Medida permite que funcionários do município se afastem das atividades, mas abrindo mão da remuneração; sindicato critica medida e pede trabalho remoto.

Lockdown sem salário em Criciúma não teve adesão de nenhum servidor, diz prefeitura.
O lockdown voluntário implantado pela prefeitura de Criciúma não teve nenhuma adesão na primeira semana. A medida permite que servidores municipais se afastem das atividades para reduzir o risco de Covid-19, mas para isso precisam abrir mão do salário.
O decreto que autorizou a licença sem remuneração para servidores por conta da Covid-19 foi publicado na quarta-feira passada, dia 17, e permanece em vigor.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Criciúma e Região (Siserp), Jucélia Vargas, afirma que os servidores não aderiram à medida por considerá-la um ato que joga a população contra a categoria.
Ela também afirma que a licença sem remuneração já é algo previsto no estatuto dos servidores municipais e sugere que o decreto poderia prejudicar o atendimento do município se servidores da saúde aderissem ao lockdown voluntário.
– Ninguém pediu lockdown para ficar em casa, pediu para que quem é do grupo de risco pudesse ficar de forma remota trabalhando para se cuidar e cuidar de suas famílias. O servidor quer segurança, proteção, essa é nossa cobrança – afirmou.
 
Lockdown sem salário causou polêmica em Criciúma
A dirigente sindical já havia criticado o lockdown voluntário sem salário de Criciúma na semana passada, ao afirmar que a medida causou revolta no funcionalismo.
– Ninguém quer ficar em casa no sofá comendo pipoca. Todos estamos amedrontados – afirmou, na ocasião.
Ao anunciar a criação da licença, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) defendeu que, com os cuidados sanitários, não haveria necessidade de paralisação das atividades econômicas e do próprio serviço público.
- É muito fácil pedir lockdown, lockdown, lockdown quando a geladeira está cheia e o salário garantido – afirmou na ocasião.
O texto do decreto determina que o superior que autorizar o afastamento deverá comunicar o município para contratação de um servidor temporário para substituição, caso a equipe remanescente não conseguir assumir todas as atividades.
Até o boletim da terça-feira (23) do governo do Estado, Criciúma tinha 309 mortes por Covid-19 e 2.343 casos confirmados desde o início da pandemia. Esta semana, o município já registrou a morte de uma servidora de escola e de uma menina de 6 anos, estudante da rede municipal.
 
 
 
Fonte(s): DC
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