Quanto drama no final, mais uma vez. Depois de abrir dois de vantagem, gols de Mauricio e Wanderson, o Inter levou um gol nos acréscimos e sofreu. Mas saiu vitorioso do Mineirão. O 2 a 1 deixa a equipe de Eduardo Coudet na 11ª posição, oito pontos à frente do Vasco, o primeiro do Z-4.
Coudet não teve Nico Hernández, com problemas no joelho. A opção do técnico para a lateral esquerda foi Dalbert. De resto, 10 dos 11 ideais do Inter pisaram o gramado do Mineirão. No Cruzeiro, os ex-colorados William, Neris e Matheus Jussa e os ex-gremistas Filipe Machado e Lucas Silva começaram a partida.
Os donos da casa começaram em cima. Forçando principalmente pelo lado esquerdo defensivo colorado, incomodou Dalbert. Aos dois minutos, Bruno Rodrigues chutou de virada, mas a bola passou à esquerda de Rochet.
Levou oito minutos para o Inter chegar ao ataque. Wanderson, pela esquerda, foi ao fundo e cruzou para Valencia, que girou e chutou, mas travado.
Mas com tantos ex-colorados em campo, a famosa Lei do Ex pegou justo no único jogador do Inter que passou pelo Cruzeiro. Aos 14 minutos, Alan Patrick abriu espaço e entregou para Wanderson. O camisa 11 achou Valencia entrando na área. O equatoriano foi altruísta. Viu a entrada de Bustos, rolou para o lateral, que desviou para o meio, onde estava Mauricio, sozinho, na área: 1 a 0. O jovem que começou a vida profissional no Cruzeiro não comemorou o gol.
O panorama da partida não se alterou muito depois da mudança do placar. O time da casa voltou a pressionar enquanto o Inter tentava (e nem sempre conseguia) mudar o ritmo, manter a posse.
Jussa, de fora da área, fez Rochet trabalhar, em uma defesa segura. A resposta do Inter foi em contragolpe aos 26. A bola foi recuperada por Mauricio na intermediária e logo chegou em Alan Patrick. O camisa 10 acionou Valencia pela direita, em velocidade. O chute do equatoriano, porém, foi por cima do travessão. Aos 30, novamente Jussa bateu de fora, Rochet defendeu em dois tempos.
Aos 32, o Inter se escapou. Dalbert cometeu falta ao lado da área. A cobrança de Matheus Pereira foi direta, encobrindo todo mundo. Não entrou porque foi na junção da trave com o travessão.
A pressão do Cruzeiro era grande, mas faltava o toque final. A bola rondava a área do Inter, mesmo que não houvesse finalização. O Colorado não perdia chance de concluir. Aos 45, Rochet deu um chutão, Valencia ganhou por cima e Alan Patrick bateu desequilibrado, de pé esquerdo, mas sem perigo.
A segunda etapa começou melhor para o Inter. Ao menos nos instantes iniciais. Mais solto, o time gaúcho obrigou Rafael Cabral a trabalhar aos dois minutos. Wanderson, da entrada da área, arriscou e o goleiro fez boa defesa. Os mineiros responderam logo depois com Marlon e Arthur Gomes, que chutaram duas vezes, e a bola saiu.
Aos sete, o Inter chegou ao segundo gol. Johnny foi fundamental. Ele roubou a bola de Machado na intermediária e ofereceu a Wanderson. Do centro para a direita, entrando na área, ele bateu por baixo das pernas do defensor e fugiu do alcance do goleiro: 2 a 0.
Com a ampliação da vantagem, o Inter se sentiu mais confortável para fechar os espaços e esperar os contra-ataques. O Cruzeiro só encontrava espaços em chutes de fora da área, que até os 15 minutos não levaram perigo a Rochet. O lance que mais preocupou foi um escanteio no qual Castán cabeceou e o goleiro defendeu sem rebote.
A sorte sorriu para o Inter novamente aos 26. Marlon cobrou uma falta frontal, cheio de categoria, por cima da barreira. E a bola explodiu no travessão.
Com a pressão do Cruzeiro, Coudet fez três trocas ao mesmo tempo no Inter, todas para fechar espaços. Saíram Aránguiz, Mauricio e Alan Patrick, entraram Igor Gomes, Rômulo e Bruno Henrique.
O time da casa seguia insistindo nos chutes de fora da área. Nikão, aos 34, deu um susto em Rochet. Ele arriscou e a bola quicou bem na frente do goleiro, que estava atento e segurou.
No final, Coudet ainda fez mais duas trocas. Ele tirou Wanderson para colocar Pedro Henrique e Johnny por Gabriel. A essa altura, o ambiente no Mineirão já era o pior possível, com a própria torcida do Cruzeiro cantando contra o time.
Mas Bustos cometeu um erro. Recebeu a bola de Gabriel e perdeu para Bruno Rodrigues. O camisa 9 do Cruzeiro correu o campo inteiro, entrou na área e foi derrubado por Mercado. Pênalti. O próprio Bruno bateu, com estilo, e tirou de Rochet: 2 a 1.
Os minutos finais ficaram dramáticos. Mateus Vital acertou a trave. No sufoco, o Inter conseguiu se segurar. E comemorar três pontos que trazem alívio.
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