O Inter se despediu do Brasileirão da mesma forma que jogou as últimas partidas. Entre a desorganização e o desânimo, com cara de fim de festa, perdeu por 1 a 0 para o Bragantino, em Bragança Paulista, gol de Artur nos acréscimos. Nem mesmo a possibilidade de chegar à Libertadores, o que foi possível em algum momento da noite por causa da combinação de resultados, parece ter animado o time de Diego Aguirre, que mais uma vez foi sonolenta e burocrática. O jogo deve ter marcado a despedida do treinador, cotado para assumir a seleção uruguaia. Foi também o adeus de Marcelo Lomba e Saravia.
No último jogo da temporada, Aguirre apresentou um Inter com três zagueiros de origem. A ausência de Lindoso fez o treinador mudar o esquema, ou ao menos ter essa possibilidade: ele optou por Mercado. No início, o argentino se juntou ao compatriota Cuesta e ao uruguaio Bruno Méndez, soltando Saravia e Moisés para se juntar à linha de meias, com Dourado, Edenilson e Patrick. À frente deles, Palacios e Yuri Alberto.
O começo da partida deixou claro o desentrosamento. Aos dois minutos, Artur recebeu um passe de letra de Ytalo e, cara a cara com o goleiro, chutou para fora. Aos quatro, duas chances claras: Artur cruzou, Ytalo cabeceou e Lomba fez grande defesa, no rebote, Eric Ramires acertou o travessão.Levou 13 minutos para o Inter, enfim, chegar ao ataque. Foi uma roubada de Moisés no campo de ataque, que sobrou para Yuri Alberto. O centroavante ajeitou para trás, mas ninguém conseguiu concluir.
O Bragantino voltou a assustar com Ytalo. Ele recebeu na intermediária, avançou e chutou. Lomba segurou. Foi de fora da área, com Yuri, que o Inter fez o goleiro Cleiton defender sem problemas.A partida era morna. Principalmente da parte do Inter. Na metade do primeiro tempo, todos os resultados paralelos ajudavam, e o time gaúcho dependia apenas de uma vitória para ingressar na fase preliminar da Libertadores.
Apesar dessa possibilidade, o time não correspondia. Não criou basicamente nada de perigo até os acréscimos. Digno de nota, aliás, só a confusão tremenda causada em uma dividida de Cuesta com Cuello. O choque foi forte, começou um empurra-empurra entre os jogadores. O bolo envolveu pelo menos 10 atletas, revisão do VAR pela entrada do zagueiro argentino (sem o árbitro ir ao monitor) e marcou o final da primeira etapa.
O Inter voltou do segundo tempo com duas trocas: saíram Dourado e Saravia, entraram Johnny e Mauricio. O time voltou a ter uma linha com quatro na defesa e mais quatro no meio, com Johnny e Edenilson centralizados, Mauricio pela direita e Patrick na esquerda.O Bragantino foi quem incomodou primeiro. Aos seis, Aderlan cruzou da direita, Lomba saiu atrapalhado, mas deu sorte e conseguiu ficar com a bola. Depois disso, a equipe até ficou mais equilibrada, mas continuava sem produção ofensiva.
Enquanto isso, já que o Inter não fazia nada para tentar buscar uma vaga na Libertadores, um dos adversários fez. Com os dois gols do América-MG, as chances de classificação se esvaíram. Ao mesmo tempo (sem que haja relação entre os fatos, óbvio), Boschilia, um dos pivôs da polêmica recente envolvendo o áudio de Paulo Paixão, entrava na vaga de Patrick.
A equipe até conseguiu controlar o Bragantino, que também precisava da vitória para chegar à fase de grupos da Libertadores. Mas também não atacava nem pressionava para deixar problemas aos colorados.Aguirre fez mais duas trocas, ambas nas laterais, com Heitor e Moisés nas vagas de Mercado e Moisés. Quando a partida se encaminhava para o sonolento 0 a 0, a zaga do Inter bateu cabeça, e Alerrandro deixou Helinho na frente do goleiro. Ele cruzou para a esquerda e Artur encheu o pé para vencer Lomba. Bragantino 1 a 0.
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