Funcionários, jogadores e membros da comissão técnica da Chapecoense se despediram nesta quinta-feira, último dia de 2020, de um dos responsáveis por reerguer o clube: Paulo Magro. O presidente morreu aos 59 anos vítima da Covid-19. O corpo do dirigente foi enterrado no Cemitério Jardim do Éden, em Chapecó.
Bandeira da Chape é colocada sobre o caixão com o corpo de Paulo Magro — Foto: Eduardo Florão
Mesmo sem a possibilidade de velório em razão dos protocolos sanitários em meio à pandemia do novo coronavírus, o clube buscou uma maneira segura para homenagear Paulo Magro. O carro fúnebre com o corpo do presidente passou em frente à Ala Sul da Arena Condá, onde estavam funcionários, jogadores e membros da comissão técnica. Uma bandeira da Chape foi colocada sobre o caixão.
Após deixar a Arena Condá, o cortejo seguiu até o local do sepultamento. O trajeto de cerca de cinco quilômetros durou aproximadamente 20 minutos. Muitos torcedores acompanharam em seus carros e demonstram gratidão e carinho ao presidente . A família de Paulo Magro chegou ao cemitério de mãos dadas e vestindo as cores da Chapecoense, o que mostra o quanto o clube significava ao dirigente.
A Chapecoense, "para relembrar o legado deixado e com a intenção de eternizar os feitos de Paulo Ricardo Magro na Arena Condá", confirmou que o nome do presidente será gravado no centro da estrela desenhada homenageando os funcionários mortos na tragédia aérea de 2016. Ela ficará ao lado da cadeira do então presidente Sandro Pallaoro, que foi uma das vítimas na Colômbia.
Luz da Arena Condá reflete sobre as cadeiras de Paulo Magro e Sandro Pallaoro — Foto: Márcio Cunha / Chapecoense
A morte de Paulo Magro
Magro estava internado na Unidade de Terapia Intensidade (UTI) do hospital da Unimed, em Chapecó, desde o dia 18 de dezembro, e não resistiu às complicações da doença. Durante o tratamento, ele respondeu bem e apresentava melhora gradativa, porém, lenta. Na noite de terça-feira houve uma piora brusca por conta de uma infecção que comprometeu o funcionamento dos rins. O presidente passou por uma hemodiálise bem sucedida, mas na segunda vez, houve complicações e não resistiu.
Vice-presidente administrativo na gestão de Plinio David de Nes Filho, o Maninho, Paulo Magro assumiu o comando o Verdão do Oeste de maneira interina em agosto de 2019, quando o ex-presidente anunciou afastamento. Em novembro, recebeu o bastão em definitivo. Em agosto deste ano, o mandato da atual diretoria, válido até o fim da temporada, foi prorrogado por mais um ano.
Paulo Magro assumiu a Chapecoense em agosto de 2019 — Foto: Marcio Cunha/Chapecoense
Com o clube endividado, Magro focou em uma gestão voltada para a parte financeira. Enfrentou dificuldades, mas os atrasos salariais não se acumularam por mais de um mês. Em campo, o time respondeu bem. Na Série B, a Chapecoense é a líder, com 62 pontos e pode confirmar o acesso pra Série A na próxima rodada.
Internamente, havia um pacto entre atletas e direção para não realizar comemorações enquanto o presidente não melhorasse.
A prefeitura de Chapecó decretou luto oficial de um dia por conta do falecimento. O clube suspendeu das atividades de quinta-feira.
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