Foram cinco horas e 30 minutos de debates até chegar na sentença do réu que matou a namorada, Cristiane Arenhard, de 32 anos. O crime ocorreu em pleno Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, no dia 25 de novembro de 2019, em Itapiranga, no Extremo-Oeste do Estado.
Coincidentemente, o júri aconteceu nesta quarta-feira (25), um ano após o assassinato. O acusado foi condenado a 29 anos e quatro meses de prisão.
A pena inicialmente, será em regime fechado, por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, uso de meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Além da reflexão que a data propõe, a sessão também foi diferente por ser transmitida pelo canal do Youtube da comarca. Por esta via, o júri foi assistido por 3.433 pessoas. Um veículo de comunicação local, que também transmitiu, atingiu a marca de 6.300 visualizações. A adaptação foi necessária para cumprir as exigências sanitárias diante da pandemia da Covid-19. O julgamento presencial foi restrito às partes envolvidas.
Mesmo assim, foram tomadas todas as medidas sanitárias como uso de máscaras, álcool gel, ventilação natural do ambiente e distanciamento entre os presentes – magistrado, promotor, defensores, serventuários e policiais. O réu permaneceu durante a sessão no estabelecimento prisional onde esteve preso cautelarmente desde o crime e, de lá, foi interrogado por videoconferência.
Na sentença, o juiz que presidiu o julgamento, Rodrigo Pereira Antunes, ressaltou a necessidade de punição aos agressores.
Segundo ele, merece destaque a infeliz coincidência que o acusado efetivou o delito no Dia Internacional de Combate à violência contra a mulher, que tem como objetivos revelar a dimensão do feminicídio, denunciar o aumento do número de casos de mortes de mulheres por razões de gênero e atuar contra a impunidade. “O que é tão importante nos dias atuais, haja vista o crescente número de casos de violência contra a mulher”, considerou.
O crime
No dia 25 de novembro de 2019, segundo a denúncia, a vítima foi surpreendida pelo acusado enquanto descansava no sofá de casa. Na mesma tarde, ela havia registrado boletim de ocorrência contra o homem que a ameaçava há algum tempo por querer terminar o relacionamento.
Diante da negativa dela de retirar a queixa, o acusado teria desferido 11 golpes de faca na mulher. Ela morreu em decorrência dos ferimentos. O agressor foi preso no dia seguinte na cidade onde residia e trabalhava, Campo Novo (RS).
Fonte: ND mais
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