A superioridade tricolor no RS na década ganhou mais um capítulo neste domingo. Com o empate em 1 a 1 com o Inter (gols de Ferreira e Rodrigo Dourado), o Grêmio conquistou o tetra do Gauchão, seu 40º na história, em razão da vitória no Gre-Nal de ida, no Beira-Rio. E a Arena viu o primeiro de Tiago Nunes no comando, na era pós-Renato.
O lado gremista do clássico não teve surpresas. Com Thiago Santos recuperado, Tiago Nunes voltou ao meio-campo, formando o trio com Matheus Henrique e Maicon. Atrás deles, o quarteto Rafinha, Geromel, Ruan e Diogo Barbosa; à frente, Ferreira, Diego Souza e Léo Pereira, mantido na função. A novidade ficou no banco, com a presença de Pepê.
O Gre-Nal começou como os anteriores. O Inter trocando passes e buscando espaços para chegar à frente, o Grêmio mais direto, recuperando a bola e atacando. Com essa forma mais vertical o time da casa concluiu primeiro. Aos cinco, após cobrança de escanteio, Dourado afastou e Maicon pegou rebote. Seu chute ia na direção do gol, mas explodiu no corpo de Moisés.
Depois de o Inter chegar perto em jogada de Palacios que Brenno soube sair para abafar, o Grêmio voltou a levar perigo. Ferreira cobrou escanteio para a área, Diego Souza desviou e Geromel, livre, perdeu a chance por ter passado um pouco da bola.
A partir dos 20 minutos, o Inter mudou parte de sua formação em campo. Dourado recuou ainda mais, virou terceiro zagueiro, algo que já ocorria. A novidade foi o deslocamento de Palacios, que deixou de ser ponta e virou um meia avançado, deixando Yuri e Galhardo como dupla de ataque. Esse movimento deu resposta aos 28. Maicon errou um passe pelo lado esquerdo, o Inter recuperou a bola e Palacios recebeu, abriu espaço e bateu, mas para fora.
O jogo parecia ter ânimos menos exaltados, com o Inter mais solto no campo quando surgiu um enrosco entre Yuri Alberto e Rafinha. O atacante colorado reclamou de alguma coisa, o árbitro informou que não foi nada, e os dois jogadores se empurraram. Leandro Vuaden simplificou: cartão vermelho para os dois. Foram quatro minutos até que Rafinha e Yuri deixassem o campo, após promessas de briga, gritaria e ameaças. Tiago Nunes mexeu em seu time, para não ficar sem lateral: saiu Maicon, entrou Vanderson.
Na volta, o Inter seguiu um pouco melhor e fez Brenno trabalhar. Moisés avançou pela esquerda e cruzou, o goleiro afastou parcialmente, na volta, a bola foi recuada para Rodinei, que bateu e Brenner espalmou. A necessidade do Inter de buscar a vitória e tentar sair na frente antes do intervalo fez o time não tomar providências defensivas. Era uma falta na intermediária, na qual os colorados mandaram todos à frente. Rodinei ergueu para a área, Dourado ganhou por cima, mas a zaga do Grêmio afastou.
As duas equipes voltaram sem alterações do intervalo. E com estratégias definidas: o Inter rondava, rondava, rondava, mas não achava espaço para concluir. Isso porque o Grêmio recuou, foi para sua intermediária e apenas fechava as brechas, esperando para dar o golpe fatal no contragolpe. Na tentativa de mudar o cenário, Ramírez chamou Paolo Guerrero, de volta ao time depois de um mês ausente. Ele entrou no lugar de Edenilson.
A primeira participação do peruano foi ruim. Desarmado por Thiago Santos, ele viu o volante do Grêmio correr o campo inteiro e passar a Ferreira, que, desta vez, tomou a decisão errada e perdeu a bola. Mesmo assim, o rebote foi gremista, Matheus Henrique tabelou com Diego Souza, recebeu na área, driblou Nonato e bateu. Lomba espalmou. Na cobrança de escanteio, o goleiro colorado saiu mal, Ruan cabeceou e Guerrero se recuperou para salvar.
Dois minutos depois, porém, o Inter voltou ao jogo. Era uma falta da esquerda. Desta vez, Moisés fez um cruzamento perfeito, em curva, no segundo pau. Rodrigo Dourado apareceu sozinho e cabeceou firme, no canto. Tudo igual na Arena.
A resposta de Tiago Nunes se deu logo depois de Guerrero chutar uma falta na barreira e pegar o próprio rebote para concluir por cima do gol. O técnico gremista fez três trocas: Diego Souza, com suspeita de lesão, saiu para a entrada de Ricardinho, Lucas Silva e Cortez entraraam nas vagas de Diogo Barbosa e Matheus Henrique.
O Grêmio esteve perto de matar o confronto. Aos 36, Vanderson recebeu nas costas da zaga, ganhou de Palacios e bateu. A bola explodiu no travessão. Em outro contragolpe originado em falta mal cobrada pelo Inter, Ferreira avançou e demorou para definir, perdeu tempo e foi abafado por Lomba.
Nos acréscimos, enquanto o Inter mais reclamava pelos cinco minutos o Grêmio perdeu uma chance inacreditável. Pepê fez jogada pela esquerda e deu para Ricardinho, sem goleiro. Talvez pela má qualidade do gramado ou pela desatenção, o fato é que ele errou do gol a dois metros da linha.
Sem praticamente mais jogo, o Gauchão terminou. E veste azul, de novo.
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