O novo reajuste de preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras, anunciada pela Petrobras, começou a valer nesta terça-feira (26). No entanto, o atual momento e a alta do dólar indicam que não deve ser o último aumento realizado em 2021. Como resultado, motoristas fizeram filas em postos de combustíveis, na noite da última segunda-feira (25), em Florianópolis.
De acordo com o vice-presidente do Sindópolis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis), Joel Fernandes, as unidades receberam a gasolina comum, nesta terça-feira (26), por R$ 5,96, ou seja, um aumento de R$ 0,21 em comparação há dois dias atrás.
“Se o dono do posto de gasolina fosse trabalhar numa margem bruta de 20%, já estaria esse produto sendo comercializado por R$ 7,19, parecido com nossos amigos do Rio Grande do Sul”, explica o vice-presidente do sindicato, Joel Fernandes, para a reportagem do Balanço Geral Florianópolis.
De acordo com a pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), realizada entre os dias 17 de outubro e o último sábado (23), o preço médio da gasolina comum encontrado no Rio Grande do Sul é de R$ 6,650.
Enquanto isso, o combustível está, em média, R$ 6,141 em Santa Catarina, representando uma diferença de R$0,509 no litro. Vale ressaltar que o levantamento não inclui o novo aumento repassado pela Petrobras.Assim como trouxe a reportagem do ND+, vale ressaltar que que apenas quatro cidades registram o preço médio da gasolina abaixo de R$ 6. Além disso, outras cinco comercializam por mais de R$ 6,30.
Novos aumentos e litro da gasolina batendo os R$ 7
Apesar disso, Joel Fernandes acredita que o preço do litro da gasolina comum pode atingir os R$ 7 ainda em 2021. Conforme o vice-presidente do sindicato, a Petrobras segue segurando parte da variação causada pela alta do barril do petróleo e flutuação do preço do dólar.
“Do aumento de R$ 0,50, estava sendo repassado apenas R$ 0,21, ou seja, represou R$ 0,30 da variação no barril do petróleo, vendido por mais de US$ 80, e a variação cambial. Eu não tenho dúvidas que, no máximo, em três semanas teremos um novo aumento”, complementa o representante do Sindópolis.
O presidente do Sindipetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina), Luiz Antonio Amin, ressaltou a importância da alta do barril do petróleo e do dólar como principais fatores para o aumento no preço do combustível. Além disso, alertou que novos ajustes deverão ocorrer até o fim de 2021.
“Com o inverno chegando nos Estados Unidos, a tendência é de aumento da demanda do mercado externo, ou seja, o preço vai subir. Dessa forma, novos aumentos deverão ser adotados em novembro e dezembro nas distribuidoras”, complementa Luiz Amin.Apesar do aumento da Petrobras, o Preço de Pauta da gasolina comum manteve em R$ 5,77, ou seja, o governo de Santa Catarina manteve a tabela que define os valores de cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os próximos 15 dias.
“O governo estadual não acatou a decisão do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) do aumento da Pauta. Hoje, não podemos culpar o Estado pelo aumento. Segurar o preço depende da política de preço da Petrobras”, finaliza o presidente do Sindipetro.Governo de SC estuda possibilidades para “segurar” o preço
Vale ressaltar que o governo estadual pediu para a SEF (Secretaria de Estado da Fazenda) produzir um estudo para avaliar a possibilidade de retirar os combustíveis do sistema de ST (Substituição Tributária).A pasta não tem prazo para finalizar o trabalho, mas o governador pediu celeridade, pois, o objetivo é enfrentar o aumento no preço dos combustíveis para os catarinenses.
Em contato com a reportagem do ND+, a SEF informou que o estudo iniciou-se na segunda-feira passada (18) e deve levar algumas semanas para a finalização.Atualmente, Santa Catarina tem uma das menores alíquotas do país na gasolina, de 25%. Para o diesel, a alíquota é de 12%.
Motoristas fazem fila em postos de combustível na CapitalA mudança nos preços cobrados pela refinaria foi anunciado na manhã da última segunda-feira (25), mas motoristas de Florianópolis fizeram filas nos postos de combustíveis durante a noite em busca de abastecer antes do repasse do aumento.
De acordo com a empresa, preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passa de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, refletindo em um reajuste médio de R$ 0,21 por litro, o que representa um aumento de 7,04%.Já para o óleo diesel o aumento é ainda mais significativo, chegando a 9,15% de reajuste. O preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, um aumento médio de R$ 0,28 por litro.
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