O terceiro mata-mata, a terceira decisão por pênaltis. Nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Inter fez um primeiro tempo perfeito, fez três gols (com Nico Hernández, Igor Gomes e Pedro Henrique), tirou a desvantagem que trazia de Belo Horizonte. No segundo, perdeu duas chances e desabou fisicamente. O América-MG descontou e levou para as penalidades em razão do 3 a 1. Desta vez, as cobranças eliminaram os colorados. E de uma forma até inusitada: a cobrança de De Pena entrou, mas a bola desviou no outro pé, o que é considerado dois toques. No final, 5 a 4 para os mineiros.
A promessa — cumprida — de uma recepção bonita, de um ambiente de trégua e apoio nas arquibancadas ajudou Mano Menezes a tomar uma decisão que se mostrava necessária diante de tantos desfalques e da má fase de Alemão. Lucca, de 20 anos, foi escolhido para ser o centroavante. Além dele, o time acabou sendo o esperado. Sem Bustos e Alan Patrick (suspensos), Mauricio e Luiz Adriano (lesionados), o técnico foi para um 4-3-3 com Igor Gomes na lateral direita, Renê na esquerda, Moledo e Nico Hernández na zaga, um trio de meias com Campanharo, Johnny e De Pena, mais Wanderson e Pedro Henrique no ataque. O América-MG, por sua vez, mandou o que tinha de melhor, mesmo que esteja na penúltima posição do Brasileirão.
Nos primeiros 10 minutos, a torcida do Inter fez o barulho que precisava para empurrar o time. Mas o entusiasmo não se refletia em campo. Foram dezenas de passes laterais, muitos entre zagueiros e volantes, sem progressão. A falta de Alan Patrick estava nítida.Precisou de 19 minutos para o Inter atacar. E só a bola parada poderia salvar. Pedro Henrique teve atitude, recuperou a bola ao lado da área e sofreu falta. Na cobrança, De Pena encontrou a cabeça de Nico Hernández. Gol: Inter 1 a 0.
Depois de abrir a vantagem, o Colorado não conseguiu manter o ímpeto. Continuava dependendo de alguma falta ou lance esporádico. E a segunda falta apareceu. Desta vez em Renê. Replay do lance anterior: cruzamento perfeito de De Pena, Igor Gomes se atirou na bola e venceu o goleiro. Em dois chutes, 2 a 0. Na prática, em meia hora empatou o confronto.
Aos 40, o América-MG chegou perto de descontar. Aloisio subiu sozinho e torneou de cabeça. John, atento, fez grande defesa.Dois minutos depois, o Inter foi preciso no contra-ataque. Primeiro, Johnny atravessou a bola da direita para a esquerda, em direção a Pedro Henrique. PH olhou para o outro lado do campo e inverteu para Wanderson, já na área. De cabeça, o camisa 11 escorou para Lucca. Quando se preparava para fazer o gol, foi abalroado por Alê. Na hora, o árbitro nada marcou. Acionado pelo VAR, revisou o lance e deu o pênalti. A cobrança de Pedro Henrique, aos 47, foi perfeita. O Inter precisou de um tempo — e três chutes — para virar o placar de Belo Horizonte.
Em desvantagem no intervalo, Vagner Mancini fez três trocas no América-MG. Entre elas, Mikael, que esteve no Inter por meio ano e não ficou nem meia hora em campo. Ele seria mais um centroavante para uma pressão.Os dois primeiros lances de perigo do América na segunda etapa foram justamente nos balões para a área. Em ambos, a defesa colorada tratou de concluir contra o próprio gol. Na primeira, Renê cabeceou para trás e Johnny salvou. Na segunda, foi Campanharo quem chutou para trás e John fez uma grande defesa.
Mano precisou fazer substituições aos 13 minutos. Pedro Henrique, exausto, deu lugar a Jean Dias. Na mesma troca, saiu Lucca e entrou Alemão. Os dois participaram do lance que poderia ter selado a classificação. Alemão pegou a bola no meio do campo e passou para Jean Dias. De primeira, ele deu o gol para Renê. Sozinho na área, o lateral chutou, de pé direito, por cima do travessão.
O próximo a dar sinais de cansaço foi Johnny. Mano trocou-o por Matheus Dias. O Inter não ficava mais com a bola. O América-MG empilhava centroavantes. E passava a jogar para a área. Em um desses cruzamentos, Juninho antecipou-se à zaga e cabeceou sem chances para John: 3 a 1, o confronto iria para os pênaltis.As últimas trocas do Inter foram feitas aos 35. Estêvão e Vitão nas vagas de Igor Gomes e Wanderson. Até os 52, o jogo se arrastou. O time da casa atingiu o limite das forças e desabou fisicamente. Assim, foram necessários pênaltis.
Renê abriu a série cheio de estilo. Wellington Paulista, também com categoria, igualou. Alemão, empurrado pela torcida, tentou bater com classe e deu de presente. O goleiro, porém, se adiantou e o VAR chamou. Ele não desperdiçou a segunda chance. Mastriani acertou. De Pena botou no ângulo, mas escorregou e a bola raspou no pé direito. Isso é considerado erro. Danilo Avelar botou o América-MG na frente. Matheus Dias tirou do goleiro. Varanda fez o seu. Jean Dias ainda renovou as esperanças. Mas Iago Maidana acertou o canto e terminou tudo.
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