Economia brasileira desacelera e cresce 0,9% no segundo trimestre.

Oitava alta trimestral consecutiva faz PIB nacional operar em nível 7,4% acima do patamar pré-pandemia, mostra IBGE.

Economia brasileira desacelera e cresce 0,9% no segundo trimestre.
A economia brasileira perdeu ritmo e avançou 0,9% no segundo trimestre, na comparação com o salto de 1,8% apurado nos primeiros três meses deste ano, mostram dados revelados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com a oitava alta trimestral consecutiva, o PIB (Produto Interno Bruto) acumula alta de 3,7% no primeiro semestre de 2023. Em termos nominais, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país totalizou R$ 2,651 trilhões entre abril e junho deste ano.

Diante da sequência positiva, o a atividade econômica do país opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, referente ao quarto trimestre de 2019, e atinge o ponto mais alto da série. O segundo maior patamar é o do primeiro trimestre deste ano.

Na comparação com o mesmo período do ano passsado, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, guiado pelo salto de 17% da agropecuária. Já a indústria cresceu 1,5%, enquanto os serviços avançaram 2,3%.

A alta do segundo trimestre é explicada pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%). Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explica que as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia nacional, o que influencia ainda mais a expansão do PIB. 

“O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, afrima ela.

As atividades industriais ficaram no campo positivo pelo segundo trimestre seguido, após a variação negativa de 0,2% nos últimos três meses do ano passado. A expansão é motivada pelos resultados positivos das indústrias extrativas (1,8%), da construção (0,7%), das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,4%) e das indústrias de transformação (0,3%).

Nas indústrias extrativas, o destaque é a extração de petróleo e gás e a de minério de ferro, produtos relacionados à exportação. A variação do segundo trimestre é a quinta seguida positiva do setor extrativo. A indústria como um todo segue acima do patamar pré-pandemia, mas não conseguiu superar o ponto mais alto da sua série histórica, alcançado no terceiro trimestre de 2013.

Agropecuária

Na contramão do resultado geral, a agropecuária foi o único dos três grandes setores da economia a recuar no trimestre (-0,9%). A retração vem após o avanço de 21% no primeiro trimestre e se deve, principalmente, à base de comparação elevada.

Mesmo com a queda, Rebeca analisa que o segmento é aquele que mais cresce na comparação interanual (+17,9%). "O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre”, explica.

Com a diminuição do peso dessa cultura no segundo trimestre, aumenta a participação de outros produtos, como o café, que cresce menos que o principal produto agrícola do Brasil.
 
 
 
Fonte: R7
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