A pesquisa “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil” foi lançada em uma live da agência que deu início à Jornada da Água 2024, que terá como tema “A Água nos Une, o Clima nos Move”.
Participaram da transmissão ao vivo os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Jader Filho, das Cidades, e o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, João Paulo Capobianco, além da diretora-presidente interina da agência, Ana Carolina Argolo, e dos diretores interinos Nazareno Araújo e Marcelo Medeiros.
O levantamento é dividido em três recortes temporais: de 2015 a 2024; de 2041 a 2070 e de 2071 a 2100. “O nosso estudo foi baseado em diversos modelos climáticos. Portanto, não é apenas um modelo climático, a partir dos modelos climáticos globais, várias modelagens foram desenvolvidas, o que nos fez identificar um consenso, uma convergência de cenários que permite ao gestor antecipar e tomar decisões na formulação de políticas públicas”, explicou Nazareno Araújo.
Segundo a publicação, a disponibilidade de água pode diminuir nas bacias hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste. Pela pesquisa, existe uma tendência na região nordeste de aumento do número de trechos de rios intermitentes – que secam de forma temporária. A região também deve ter redução dos volumes de chuva, intensificando a seca no semiárido e na faixa litorânea.
Na região Sul, ao contrário das demais, há uma tendência de aumento da disponibilidade hídrica de até 5% até 2040. No entanto, há uma maior possibilidade de imprevisibilidade climática, como eventos de secas e cheias e inundações, como já tem ocorrido nos últimos anos.
Concentração de grandes centros urbanos, o Sudeste tende a ter uma redução nas vazões em função da mudança climática, o que ocasiona a diminuição da disponibilidade de água nas bacias hidrográficas. O levantamento ainda aponta um cenário incerto sobre as condições climáticas futuras no Centro-Oeste.
Jornada da Água 2024
“No ano passado, só para ter uma ideia, nós tivemos 2.123 municípios vivendo em situação de emergência. Por aí já dá para se ter a dimensão. Ou por falta, ou por excesso de água”, disse Góes. Em sua fala, o ministro Jader Filho apontou que é necessário o trabalho de preparação para os eventos. “Quando se trata de urbanismo hoje em dia, se trata em dois temas: adaptação e resiliência”, destacou o ministro das Cidades.
Representando a ministra Marina Silva, o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, citou os 100 milhões de brasileiros que ainda não possuem acesso a saneamento, de acordo com números do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades.
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