A conta de luz vai ficar mais barata em todo o país. O fim da bandeira de escassez hídrica, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, entra em vigor neste sábado (16). A partir de agora, haverá uma redução de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A medida, que encarecia os custos da energia elétrica, estava em vigor desde setembro de 2021. No último dia 6, o presidente utilizou o próprio perfil na internet para anunciar a redução de cerca de 20%. “Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16/04. A conta de luz terá redução de cerca de 20%”, escreveu em seu perfil.
A diminuição no valor da tarifa de energia elétrica só é possível porque os reservatórios de quatro das cinco regiões do país estão mais cheios. Com isso o operador do sistema elétrico nacional pode dispensar o uso de termelétricas, que têm custo maior do que o das hidrelétricas. Apenas os reservatórios da Região Sul estão baixos, devido à estiagem que atinge a região.
Reservatório acima do volume
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o reservatório da usina de Furnas terminou o mês de março acima de 80% de seu volume útil. Em entrevista, o secretário de Energia Elétrica do ministério, Christiano Vieira, disse que atualmente os reservatórios estão, em média, com 70% de níveis de armazenamento, o que, segundo ele, “é muito relevante nessa época do ano”.
“Não dispomos de níveis assim desde 2012. Temos uma condição de segurança muito considerável. Na prática, significa que pouca geração termelétrica será necessária, o que se traduz em uma expectativa de bandeira verde até o final do ano”, disse.
Pior seca da história
A tarifa extra foi aprovada em meio à crise hidrológica que afetou o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país em 2021. Segundo o Ministério, o Brasil enfrentou, em 2021, “a pior seca já registrada na história”.
“Para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o país utilizou todos os recursos disponíveis e o governo federal teve que tomar medidas excepcionais. Com o esforço dos órgãos do setor, o país conseguiu superar esse desafio, os reservatórios estão muito mais cheios que no ano passado e o risco de falta de energia foi totalmente afastado”, informou, em nota, a pasta.
Aumento previsto para 2023
Na última quarta-feira a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) propôs uma atualização nos preços das bandeiras tarifárias da conta de luz. Mas os reajustes, que chegam a até 57%, devem ser sentidos apenas a partir de 2023.
Das três bandeiras que preveem o encarecimento do kWh, duas ficarão mais caras e uma delas será reduzida. Uma família que costuma pagar cerca de R$ 240 ao mês na conta de luz, após os reajustes na bandeira, poderá pagar até R$ 10 a mais caso seja cobrada a categoria vermelha.
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