Com a cabeça nas alturas de La Paz e os pés às margens do Guaíba, o Inter voltou a tropeçar no Beira-Rio, aumentando para oito o número de jogos sem vitória no Brasileirão. Neste sábado, com oito reservas em campo, o time amargou uma derrota por 1 a 0 para o Fortaleza. Até o fim da 20ª rodada, Corinthians e Goiás podem ultrapassar a equipe gaúcha na classificação, deixando os colorados, com somente 24 pontos, nas vizinhanças do rebaixamento. 

A prova de que o mais importante, para o técnico Eduardo Coudet, era guardar fôlego para o jogo contra o Bolívar, na terça-feira, se viu na escalação. O goleiro Rochet, o zagueiro Vitao e o meia Mauricio, deslocado pelo lado esquerdo do meio-campo, foram os únicos prováveis titulares para a partida pela Libertadores que começaram jogando diante da equipe nordestina.

Os primeiros 15 minutos foram mais movimentados do que muitas partidas completas do Brasileirão. Os dois lados criaram chances. O Fortaleza marcou. E o árbitro distribuiu um festival de cartões amarelos nesse curto espaço de tempo. Logo no primeiro minuto, Luiz Adriano cabeceou fraco na direção do goleiro. Depois, três chances do Fortaleza até culminar no gol do 1 a 0. 

A sequência iniciou-se com um chute de Caio Alexandre de fora da área. Nico Hernandéz afastou quase que sobre a linha. Rochet precisou espalmar chute cruzado de Machuca, logo em seguida. Aos 8, De Pena, escalado na lateral esquerda, cometeu pênalti em Marinho. O ex-colorado Thiago Galhardo encerrou uma seca de 15 partidas sem marcar ao cobrar a penalidade com precisão.

Os quase 20 mil presentes no Beira-Rio mostraram que não estavam para amistoso. Vaias, vaias e vaias. Muitas para De Pena, de acertos nulos. Outras para Galhardo. Se ele tinha dúvidas sobre ter deixado amigos em Porto Alegre, viu seus questionamentos serem dirimidos com muitos xingamentos. E, por fim, para o time quando a primeira etapa acabou. 

Mas até esses apupos para a equipe, o Inter teve dificuldades para produzir lances de perigo com a bola rolando. Os visitantes fecharam bem o centro do campo, dando espaço apenas nas laterais, onde os colorados pouco conseguiram avançar. Em cobranças de falta, a equipe de Coudet acertou duas vezes o travessão. 

O primeiro carimbo foi de Bruno Henrique, em chute da meia-esquerda. Da meia-direita, Mauricio também parou no poste. Entre as cobranças, Bruno Henrique arriscou de longe, em raro lance de perigo com troca de passes. João Ricardo se esticou e evitou que a bola entrasse. Nos acréscimos, Luiz Adriano tirou pouco proveito do passe de Mauricio. Sem força, seu arremate não foi um desafio para o goleiro.

A insatisfação com a atuação não vinha só das arquibancadas. Um bom tempo antes de os times irem para o vestiário, quatro reservas colorados aqueciam para estarem prontos para o começo do segundo tempo. A escolha foi pelas entradas  de Renê e Wanderson nos lugares de Mateus Dias e De Pena.

O par de trocas não foi o suficiente para aprumar o time em campo. Aos 16, mais uma dupla de novidades. Hugo Mallo foi colocado em campo para fazer sua estreia junto com Aránguiz. Saíram Vitão e Mauricio. Até então, nada de situação de gol para o Inter.

De imediato, os colorados passaram a circular mais perto da meta de João Ricardo. Instantes depois das trocas, Luiz Adriano isolou uma bola que caiu à feição para chutar. Mas o ímpeto esmoreceu aos poucos. O Inter passou a ter mais volume de passes, mas sem levar perigo.

A última cartada foi colocar Alan Patrick, aos 30, no lugar de Bruno Henrique. A equipe gaúcha pressionou, mas faltou o último passe entrar ou a finalização ter direção. Antes dos acréscimos, muitos protestos por possíveis pênaltis em Luiz Adriano e Aránguiz. Após revisão do VAR, nada foi assinalado. 

Como a torcida não estava de maneira para um dia protocolar nas arquibancadas, a tarde caiu com vaias e derrota.

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