Com 37 pastas, Brasil supera número de ministros da Venezuela

Argentina, Colômbia, Estados Unidos, França e Alemanha têm menos de 20 ministros; Venezuela tem 33 ministérios

Com 37 pastas, Brasil supera número de ministros da Venezuela

Com 37 ministérios, o Brasil está acima da média global quando o assunto é o tamanho da estrutura do Poder Executivo. Em comparação com outros países da América Latina, o governo petista tem mais ministros do que a Argentina, com 18 ministérios; o Uruguai, com 13; o Chile, com 23; a Colômbia, com 18; a Bolívia, com 16; e a Venezuela, com 33.

O Brasil também terá mais ministros que países desenvolvidos. Os Estados Unidos, por exemplo, têm 15 ministérios; a França, 16; a Alemanha, 16; o Reino Unido, 21; e a Suécia, 11.

Quando comparado com os governos anteriores, o número de ministros do governo Lula só é menor do que o do segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que teve 39 pastas. Jair Bolsonaro (PL) deixou o governo federal com 17 ministérios e seis órgãos com status  de ministério.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VEJA QUEM SÃO OS MINISTROS
DO  GOVERNO LULA
SECRETARIA-GERAL
Márcio Macedo
(PT)
JUSTIÇA
Flávio Dino
(PSB)
CASA CIVIL
Rui Costa
(PT) 
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Fernando Haddad
(PT)
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
Alexandre Padilha
(PT)
GESTÃO
Esther Dweck
EDUCAÇÃO
Camilo Santana
(PT)
SAÚDE
Nísia Trindade
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
Jorge Messias
PORTOS E AEROPORTOS
Márcio França
(PSB)
DEFESA
José Múcio Monteiro
RELAÇÕES EXTERIORES
Mauro Vieira
DIREITOS HUMANOS
Silvio Almeida
IGUALDADE RACIAL
Anielle Franco
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Luciana Santos
(PCdoB)
MULHERES
Cida Gonçalves
(PT)
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Wellington Dias
(PT)
TRABALHO
Luiz Marinho
(PT)
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Geraldo Alckmin
(PSB)
 SECOM
Paulo Pimenta
(PT)
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
Vinícius Carvalho
PLANEJAMENTO
E ORÇAMENTO
Simone Tebet
(MDB)
COMUNICAÇÕES
Juscelino
Filho
PREVIDÊNCIA
Carlos Lupi
MINISTÉRIO DOS POVOS INDÍGENAS  
Sonia Guajajara
CIDADES
Jader Filho
(MDB)
CULTURA
Margareth Menezes
MEIO AMBIENTE
Marina Silva
(Rede)
DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
Paulo Teixeira
(PT)
ESPORTE
Ana Moser
TRANSPORTE
Renan Filho
(MDB)
TURISMO
Daniela Souza
MINAS E ENERGIA
Alexandre Silveira
(PSD)
 GSI
Gonçalves Dias
INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Waldez Góes
(PDT)
AGRICULTURA
E PECUÁRIA
Carlos Fávaro
(PSD)
PESCA
André de Paula
(PSD)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(União Brasil)
(União Brasil)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(sem partido)
(PSOL)
(PDT)
 
 

 

Desde 1º de janeiro de 2023, compõem o primeiro nível do governo 31 ministérios e seis órgãos da Presidência da República com status de ministério: Casa Civil, Secretaria-Geral, Relações Institucionais, Comunicação Social, Gabinete de Segurança Institucional e Advocacia-Geral da União.

A ampliação das pastas teve como propósito acomodar políticos de partidos que apoiaram Lula na campanha eleitoral, como Simone Tebet (MDB-MS), que ficou com o Ministério do Planejamento e Orçamento. Tebet se juntou à campanha do candidato petista no segundo turno.

Para Acácio Miranda, doutor em direito internacional pela Universidade de Granada (Espanha), a quantidade de ministérios do governo Lula caracteriza o chamado "presidencialismo de coalizão", com o fortalecimento do Congresso Nacional e enfraquecimento do Poder Executivo.

"Esses ministérios são necessários para a composição de uma força política e, principalmente, de governabilidade. São as circunstâncias do jogo político que temos atualmente", comenta.

Ao todo, o PT comanda dez pastas no governo Lula. PSB, MDB e PSD têm três pastas cada um. O União Brasil ficou com duas pastas, assim como o PDT. PSOL, Rede e PCdoB contam com um ministério cada um. Outros 11 ministros não estão filiados a partido político.

Custos da Esplanada

De acordo com o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI), a ampliação no número de ministérios terá custo de R$ 2 bilhões em quatro anos, levando em conta o salário mensal de um ministro, que é de R$ 31 mil — além de décimo terceiro (R$ 31 mil), um terço de férias (cerca de R$ 10 mil) e auxílio moradia (R$ 7 mil) e pagamento de servidores em cargo de confiança, como o de secretário-executivo, que custa R$ 240 mil por ano.

Com o aumento de salário para presidente, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministros de Estado, o impacto para os cofres públicos pode se elevar ainda mais, ao custo extra de R$ 7 milhões apenas com o aumento dos ministros até 2024.

Já o atual chefe da pasta, Rui Costa (PT-BA), garantiu que os custos do Executivo federal continuarão os mesmos. "A delegação que o presidente me deu foi ampliar para 37 ministérios sem elevar o número de cargos, e sem elevar os custos com isso. Apesar de alguns duvidarem disso, nós conseguimos fazer. Temos a boa notícia que já está concluído, e já está feito, sem haver criação de cargos, exceto, porque a lei exige, nos cargos dos ministros".

Antonio Carlos de Freitas Junior, mestre e doutorando em direito constitucional pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que o número de ministérios em um governo deveria representar mais a necessidade da gestão pública do que as imposições do jogo político.

"Obviamente, há uma tendência de que, com um número maior de ministérios, a descentralização facilite a perda do controle, com isso, facilite também [a contratação de] funcionários-fantasmas, o loteamento de cargos públicos e abusos do manejo da administração pública."

Além disso, o especialista adverte que a criação de mais ministérios como uma forma de atender a determinados setores da sociedade não garante a qualidade das políticas públicas. Desde a campanha, Lula disse que aumentaria o número de ministérios. Foram recriadas as pastas do Esporte, Pesca, Transporte, Cidades e Planejamento. Foram criadas ainda pastas específicas, como a dos Povos Originários e da Gestão Administrativa.

"Governo não é lugar para representação política. Representação política tem que ser feita no Parlamento, e a organização da separação dos Poderes preconiza isso. Dá para ter um Ministério dos Povos Indígenas e não ter políticas públicas eficientes para os povos indígenas", diz Antonio Carlos de Freitas.

Apesar disso, o especialista destaca que o número de ministérios não é um fator determinante para avaliar a capacidade de um governo.

"Analisar a eficiência de um governo com base no número de ministérios é superficial. Isso porque é possível ter um governo com poucos ministérios, mas mal gerido, e dá para ter um governo com mais ministérios, porém com mais eficiência. O simples número de ministérios não é um fator de avaliação da qualidade de gestão pública, muito menos da qualidade dos gastos públicos."

 
 
 
Fonte: R7
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