Nos próximos dez anos, o Brasil deve ampliar as áreas agropecuárias sustentáveis para reduzir em mais de 1 bilhão de toneladas a emissão de gases de efeito estufa (GEE). No período de 2010-2020 o país superou a meta traçada em 46%.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, durante o lançamento das novas metas de consolidação da economia de baixa emissão de carbono na agropecuária, no âmbito do programa ABC+. O plano prevê ampliar as áreas com uso de tecnologias e práticas sustentáveis em 72 milhões de hectares, até 2030.
Na última década - entre 2010 e 2020 – o País tinha a missão de alcançar 35 milhões de hectares manejados com algum tipo de tecnologia de baixo carbono. Entretanto, o resultado foi 46% acima das expectativas iniciais, com cerca de 52 milhões de hectares adaptados à sustentabilidade no campo, que contribuíram na redução de cerca de 170 milhões de toneladas de CO² na atmosfera.
Para isso, o Governo Federal investiu na conscientização dos produtores para as práticas e na adoção das tecnologias de emissão de baixo carbono, como recuperação de pastagens degradadas, sistemas de plantio direto, florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de dejetos de animais.
“Trata-se de uma das mais ambiciosas políticas públicas de agropecuária do mundo, que traça metas ousadas para aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira ao longo da próxima década, e manter o Agro na vanguarda dos esforços de enfrentamento da mudança do clima”, disse Teresa Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O MAPA vai manter o estímulo e a conscientização do produtor para adoção e manutenção de sistemas agropecuários sustentáveis, de forma a promover aumento da produtividade e da renda das propriedades, capacitando e divulgando as tecnologias de baixo carbono entre os produtores rurais.
O Governo Federal também pretende aumentar os investimentos nas pesquisas de estímulo ao desenvolvimento de técnicas e sistemas, produtos e processos produtivos de baixo carbono, por meio do próprio MAPA, além de Embrapa e Senar.
Além disso, pretende criar mecanismos de reconhecimento do trabalho do produtor sustentável, em que a produção seja valorizada. Ou seja, a ideia é agregar valor “verde” aos frutos do investimento do agricultor e do pecuarista.
Por fim, o ABC+ prevê a implementação de instrumentos de comercialização de créditos de redução de gases de efeito estufa (GEE) aos produtores e a maior interação com as instituições financeiras provedoras de financiamentos ao setor.
“Estamos trabalhando em conjunto – com os demais ministérios do governo – para um Brasil melhor, mais verde, e, principalmente, mostrando para o produtor que, se ele produzir de maneira sustentável, ele terá mais renda”, pontuou a ministra do MAPA.
Nos municípios
A Associação Brasileira de Municípios (AMB), por exemplo, coordena ações de orientação aos gestores municipais para combate ao desmatamento e diminuição da emissão de gases do efeito estufa nas cidades. A iniciativa é fruto de diretrizes traçadas pelo Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, que pretende estabelecer as metas do Acordo de Paris nos municípios do País.
O tratado é um compromisso mundial assinado por 195 países no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), que rege medidas de redução de emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020. O objetivo é conter o aumento do aquecimento global em 1,5°C, reforçando a capacidade dos países de se desenvolverem em um contexto sustentável.
Fonte: Brasil 61
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