O avanço na vacinação contra Covid-19 em crianças e adolescentes, somados a imunização de profissionais da educação e o baixo índice de contágio nas escolas de Santa Catarina, são alguns dos fatores que influenciaram o Estado a indicar a retomada 100% presencial dos alunos nas salas de aula a partir de 2022 sem a necessidade do distanciamento entre as carteiras.
A flexibilização das medidas sanitárias nas escolas de Santa Catarina são constantemente analisadas pelo Comitê Estratégico de Retomada das Aulas Presenciais em Santa Catarina, que nesta quarta-feira (8) indicou a retomada 100% dos alunos em sala de aula a partir do início do ano letivo de 2022, previsto para rede estadual em 7 de fevereiro.
Um dos pontos que demonstrou um cenário favorável ao retorno das aulas integralmente presenciais foi o índice de contágio entre alunos, que esteve sempre abaixo de 0,2%, e o de professores, que nunca ultrapassou a marca de 1%. Além disso, cerca de 80% dos adolescentes de 12 a 17 anos já receberam a primeira dose da vacina, enquanto 25% já completaram o esquema vacinal.Com isso, o Comitê autorizou o atendimento presencial nas escolas sem a exigência do distanciamento mínimo entre as carteiras, que antes era de um metro. As regulamentações serão publicadas ainda nas próximas semanas.
Exigências e medidas sanitárias de segurança
Para o retorno da capacidade total das salas de aula foram pautadas três ações que devem ser mantidas e intensificadas: o uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos de ensino enquanto durar a situação de emergência por conta da pandemia; ações visando promover a melhoria da qualidade do ar e da ventilação nas salas de aula; e uma avaliação do cenário epidemiológico realizada pelo COES (Centro de Operação de Emergências em Saúde) na primeira quinzena de janeiro de 2022, antes do início das aulas.
As demais exigências e medidas sanitárias de segurança para evitar o contágio pela Covid-19, como o uso de álcool gel e de máscaras nos estabelecimentos de ensino serão mantidas.Reunião do Comitê
O assunto foi abordado entre representantes da SED (Secretaria do Estado da Educação), SES (Secretaria de Estado da Saúde), MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado), Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Defesa Civil de Santa Catarina e entre outras entidades que formam o Comitê Estratégico.O retorno das aulas foi defendido pelo secretário de Estado de Educação, Luiz Fernando Vampiro. “Santa Catarina vive um momento diferenciado e a gente precisa ter um decreto alinhado com o retorno às aulas já em fevereiro”, afirmou.
“Pela quantidade de alunos que temos no modelo híbrido, considero que rediscutir o distanciamento em sala de aula seja um dos pontos mais importantes para combater a evasão escolar e recuperar os prejuízos que a pandemia trouxe ao ensino”, acrescentou o secretário de Estado da Educação.A presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e dirigente municipal de Educação de Blumenau, Patrícia Lueders, trouxe a situação das escolas municipais. “Hoje, nós temos 83% de municípios que já retornaram completamente às aulas presenciais, 15% que estão no ensino híbrido e 2% que ainda não voltaram”, comentou Lueders.
“A Undime entende que é necessário retornar, especialmente porque a escola já se comprovou um ambiente seguro. E a nossa preocupação era justamente não deixar essa decisão para 2022, a fim de que os gestores municipais já pudessem se planejar desde agora”, ressaltou Patrícia.
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