O resultado foi o mesmo, mas por caminhos bem diferentes. Mais uma vez, França e Austrália estrearam em uma Copa do Mundo com um confronto direto. Assim como em 2018, os franceses venceram, desta vez no Estádio Al Janoub. Repetindo o que aconteceu na Rússia, o time europeu encontrou dificuldades para construir a vantagem. A diferença é que o jogo pelo Grupo D teve um resultado mais dilatado. Mas em alguns momentos o 4 a 1 desta terça-feira (22) teve os mesmos empecilhos do 2 a 1 de quatro anos atrás.
Se há quatro anos, a equipe de Didier Deschamps não precisou dos gols de Giroud, desta vez a necessidade é mais premente. O centroavante do Milan agora é um "cinquentão". Aos 31 minutos do primeiro tempo, ele completou após receber passe de Rabiot. Foi o gol da virada. Foi o gol de número 50 do jogador pela seleção de seu país — ele marcou outro chegando aos 51 e igualando o recorde de Thierry Henry. Com três pontos, os bicampeões lideram a chave, com dois de vantagem para Tunísia e Dinamarca, próximo adversário da França, no sábado (26), mesmo dia que os tunisianos jogam contra a Austrália.
A partida foi decidida pelos criticados. Giroud foi motivo de chacota por não ter feito nenhum gol em solo russo em 2018. Rabiot foi um dos mais criticados entre os convocados para o torneio deste ano. Além de ter roubado a bola e concedido a assistência para o segundo gol, ele empatou o jogo, aos 26 minutos. De cabeça, o volante da Juventus deu indícios de que era permitido a um favorito ter um resultado normal no terceiro dia de jogos da Copa.
Havia apreensão de que o canguru, depois do camelo saudita, fosse mais um animal a atropelar uma grande seleção. Logo aos 8 minutos, Goodwin colocou os oceânicos em vantagem. Os Socceroos se aproveitaram da instabilidade inicial dos europeus, que jogaram com uma formação mais ofensiva do que a utilizada durante todo o ciclo.
Em vantagem, os australianos tentaram proteger o resultado tal qual os cangurus fazem ao colocar seus filhos em sua bolsa para que eles completem o seu desenvolvimento. A vitória não maturou. A liderança francesa no placar ainda na primeira metade de jogo dava pistas de que a normalidade reinaria. Os 45 minutos finais foram de domínio dos conterrâneos de Napoleão — exceção a uma cabeçada na trave em um ataque isolado da Austrália.Os atuais campeões marcaram dois e poderiam ter ido mais vezes às redes. O primeiro foi de Mbappé. Aos 22 minutos, ele concluiu de cabeça colocando a bola na rede instantes após ter perdido grande oportunidade em jogada plástica do seu time. Na sequência, Giroud marcou de novo, aos 25 minutos.
Os gols enterram as críticas ao atacante, de mau com o gol em suas 10 partidas de Copa anteriores. Silenciam as críticas sobre Rabiot e indicam que a maldição dos campeões se encerrará em 2022. Nas últimas cinco Copas, em quatro (2002, com a própria França, 2010, com a Itália, em 2014, com a Espanha, e 2018, com a Alemanha) o defensor do título caiu na fase de grupos.
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