Apesar de todo o esforço da diretoria para reduzir as despesas, o Grêmio estuda recorrer a um empréstimo bancário nas próximas semanas para manter as contas do clube em dia. A hipótese é cogitada pelo Conselho de Administração por conta da profundidade da crise enfrentada sem a entrada de receitas.
O empréstimo é a última opção da direção, mas também é tratado com naturalidade em caso de necessidade. O Grêmio só irá recorrer aos bancos em caso de aperto no fluxo de caixa. Se isso for necessário, a projeção é de que seja ainda no primeiro semestre, especialmente por conta da ausência de receitas com cotas de televisão.
Quando o calendário retornar, o fluxo passa a ser restabelecido, embora com a possibilidade de valores renegociados a ser pagos futuramente. Por isso o mês de maio é visto como um momento mais dramático. As férias do elenco encerram no fim de abril e há possibilidade de retorno aos treinamentos já no início de maio.
Três dirigentes ouvidos pelo GloboEsporte.com dizem que a situação tem sido analisada. Um deles, inclusive, disse que poderia ficar difícil até mesmo de fechar as contas do mês de abril e que o clube "não tem como" fugir do empréstimo no atual cenário do futebol brasileiro.
Recentemente, até mesmo o Flamengo, o clube com maior volume de receita do Brasil, precisou recorrer a empréstimo bancário para se manter. Se a hipótese se concretizar, a ideia gremista é fazer o pagamento ainda no exercício 2020, quando o fluxo de receitas retomar uma normalidade.
O Grêmio montou um plano de contingência e projetou queda de receitas na casa dos R$ 25 milhões na paralisação do calendário. O clube trabalha internamente para fazer cortes nas despesas. A base, por exemplo, irá evitar excursões até o final do ano para cortar gastos.
Como eliminou parte das dívidas recentemente, o Grêmio tem mais fôlego para superar esse momento. Gasta menos em juros e também tem aberta a possibilidade de recorrer aos bancos em condições melhores.
O CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, afirmou que a diretriz do clube é passar pela crise sem demitir funcionários. O Tricolor também fez um acerto com comissão técnica e grupo de jogadores e pagará os direitos de imagem do período sem partidas apenas em 2021, diluído no salário.
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